O presidente do PSD defendeu esta quarta-feira que "não há défice de oposição ao Governo" e demarcou-se quer do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do Governo quer do próximo Orçamento do Estado, declarando a "completa independência" dos sociais-democratas.
No final de uma reunião com o Presidente da República, Rui Rio disse que não foi discutida a necessidade de uma construção alternativa política ao Governo "nem à direita, nem à esquerda".
"Falámos sobre o panorama político em geral (...) Isso é uma coisa que acontecerá, se tudo for normal, em 2023", afirmou.
Questionado se viu como uma crítica à sua liderança o pedido do Presidente da República, há cerca de uma semana, aos representantes do setor privado para que lutem por protagonistas políticos mais fortes que lhes deem eco em momentos eleitorais, Rio diz não ter entendido dessa forma.
"Eu não vi, mas tem de perguntar ao Presidente da República. Admito que seja, o que interpreto é que pretenderá o senhor Presidente da República – não é que me tenha dito lá dentro – que as associações patronais sejam mais interventivas na defesa dos seus interesses", afirmou.
Em relação aos partidos políticos, defendeu, por vezes até podem ser considerados "acutilantes demais, quando estão a dizer mal de tudo permanentemente".
"Na minha ótica não há défice de oposição ao Governo. Relativamente aos parceiros sociais, poderá o senhor Presidente da República querer mais competitividade", afirmou, dizendo não ter ouvido na reunião de cerca de uma hora "análise nenhuma" que o pudesse ter melindrado por parte de Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado sobre o convite que lhe foi dirigido pelo líder do Chega para uma plataforma de convergência, Rio disse não ter recebido qualquer carta e recusou-se a fazer qualquer "comentário público" sobre este partido e o seu líder, André Ventura.