O Patriarca de Lisboa saudou este domingo a “vitalidade juvenil da Igreja”, que contraria aqueles que falam em templos vazios e afastamento da fé.
Em declarações à Renascença, à saída da Sé de Lisboa - que se encheu para a celebração do Crisma -, D. Manuel Clemente garantiu que só quem não quiser é que não vê o entusiasmo e mobilização dos jovens em muitas comunidades e iniciativas.
“Estão muito presentes, é preciso é ter os olhos abertos e vê-los. Claro que há comunidades paroquiais que correspondem a sociedades muito envelhecidas, isso também se nota. Agora, jovens há, e de que maneira”, afirmou.
O cardeal deu como bom exemplo do empenho juvenil a preparação da próxima Jornada Mundial da Juventude: “Basta ver o que acontece com a JMJ. Dezenas de milhares estão diretamente implicados nela e na sua realização, quer portugueses, quer estrangeiros".
"É uma coisa maravilhosa, cheios de entusiasmo, cheios de vontade de fazer uma coisa que é muito grande, que ultrapassa o que é habitual. Quem tiver olhos para ver e não tiver preconceitos, fica admirado com a vitalidade juvenil da Igreja."
E sublinhou, como fizera na homília, as cartas que recebeu dos jovens que agora se crismaram: “Tive ocasião de as ler, todas as que me escreveram, e são cartas muito existenciais, muito fortes. Aquilo não é conversa por conversa, são experiências de vida".
"Como aconteceu com os primeiros cristãos - como hoje ouvimos no Evangelho - o Espírito Santo apanhou-os e abriu-lhes os olhos para a presença de Cristo e fez deles testemunhas do Evangelho. E é isso que acontece, é o nascimento constante da Igreja a partir do Espírito de Cristo."
À Renascença, D. Manuel falou, ainda, da importância de muitos movimentos católicos e da pastoral juvenil para ajudar a consolidar a fé dos jovens. “Sem comunidade é muito difícil ir lá. Quer nas comunidades paroquiais ou de universitários cristãos, nos vários grupos que trabalham nessa área – e, graças a Deus, são vários -, eles têm ocasião de partilhar uma fé, que na adolescência têm as dificuldades que sabemos, porque estão a crescer para um mundo complexo e perplexo."
"Mas em grupo as coisas acontecem melhor e até acontecem definitivamente. E eu reparo nisso. E as experiências que fazem em grupo, como a Missão País, os campos de férias, as ações de voluntariados nas paróquias ou nos movimentos, em que, no fundo, refazem aquela experiência dos primeiros cristãos que os Evangelhos nos contam, de Jesus e do seu grupo, e é isso que depois os define como cristãos."
Na celebração desse domingo de Pentecostes foram crismados 112 jovens ligados ao CeUC – Pastoral Universitária do Patriarcado de Lisboa, à Universidade Católica, à Faculdade de Medicina, às residências universitárias do Opus Dei (Montes Claros e Laranjeiras), ao movimento de Shoenstatt, ao CUPAV (Centro univesitário Padre António Vieira, dos jesuítas) e ainda à paróquia da Graça.