Reino Unido suspende contagem de mortos para verificar "falhas estatísticas"
18-07-2020 - 18:02
 • Lusa

Primeiro-ministro Boris Johnson sugeriu que o país poderá voltar a um estado de “normalidade” antes do próximo natal.

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O Ministério da Saúde britânico suspendeu o sistema de contagem diária de mortes provocadas pela covid-19 no Reino Unido, enquanto procede a uma revisão de alegadas “falhas estatísticas” detetadas na forma de calcular os óbitos.

A revisão foi determinada pelo secretário de Estado da Saúde britânico, Matt Hancock, depois de investigadores identificarem falhas na forma de contabilizar, no conjunto do país, as mortes registadas após um teste diagnóstico.

Segundo a página na internet do Ministério da Saúde britânico, nas últimas 24 horas registaram-se 827 novos casos positivos no Reino Unido, ascendendo o total de infetados desde o início da pandemia a 294.066.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sugeriu que o país poderá voltar a um estado de “normalidade” antes do próximo natal.

Contudo, o perito John Edmund, que integra o grupo de cientistas que assessora o Governo britânico, disse hoje que “há ainda um longo caminho a percorrer” para que se dê um regresso à normalidade, contrariando aparentemente a mensagem de Johnson.

“Se por normalidade se entende o que fazíamos até ao passado mês de fevereiro e meados de março – ir trabalhar normalmente, viajar em autocarros e comboios, ir de férias sem restrições, estar com amigos, darmos as mãos, abraçarmo-nos, etc. -, infelizmente resta ainda muito caminho por percorrer”, disse Edmund à BBC Radio 4.

Para o cientista, nada disso será possível até que haja imunidade ao vírus, “o que implica que não acontecerá até que haja uma vacina que seja segura e efetiva”.

“Se voltarmos a esse tipo de comportamentos normais, o vírus regressará muito rapidamente”, alertou.

O Governo de Johnson anunciou sexta-feira que conferiu novos poderes às autoridades locais para que estas possam, a partir de hoje, encerrar instalações específicas, isolar espaços públicos ao ar livre e cancelar eventos, caso surjam novos surtos da covid-19, considerando que a rapidez na atuação “é vital”.