A deputada do PS e ex-ministra da Modernização do Estado, Alexandra Leitão, sugere uma remodelação no Executivo, na sequência dos últimos desenvolvimentos quanto ao caso TAP.
No programa Princípio da Incerteza da CNN Portugal, na noite de domingo, a socialista defendeu uma “espécie de reset”.
“Acho que é preciso fazer alguma coisa dentro do Governo, que pode passar por uma remodelação. Mas, também só vale a pena fazer uma remodelação se for para mudar perfis, se for para mudar verdadeiramente e fazer uma espécie reset. (... ) Pode ser mudar procedimentos internos, que não sei quais são, pode ser remodelar, pode ser mudar a própria orgânica do Governo, que é uma competência exclusiva do primeiro-ministro”, declarou.
Alexandra Leitão considerou que, “apesar dos bons resultados económicos”, o Governo “não recuperou dos incidentes dos primeiros oito, nove meses, que culminaram na saída de Pedro Nuno Santos” do cargo de ministro das Infraestruturas e confessou estupefação com a conferência de imprensa do sucessor na pasta, João Galamba, no passado sábado.
“É uma conferência de imprensa onde, perdoem-se a expressão, o plebeísmo, se mete ao barulho, o primeiro-ministro, o Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, a ministra da Justiça. É uma coisa que me deixa estupefacta”, sublinhou, referindo que preferia ter ouvido uma explicação, “se ela houver”, e apontando o que disse serem “incidentes”, “contradições” e “mentiras”.
A deputada socialista entende que o recente episódio que envolve a exoneração de Frederico Pinheiro, enquanto adjunto do ministro das Infraestruturas, coloca em causa a “credibilidade dos politicos” e a “confiança nas instituições”.
Alexandra Leitão disse que, a confirmar-se a intervenção do Serviços de Informação e Segurança (SIS), para recuperar o computador do ex-adjunto Frederico Pinheiro, é uma situação que carece de explicações, lembrando que “o SIS é um serviço de informação com características muito específicas, que não podem ser usados com informalismos ou em qualquer situação” e frisando que "está na dependência direta do primeiro-ministro".
Numa entrevista ao jornal Público, outra voz do PS, no caso, o presidente do partido, Carlos César, defendeu que o primeiro-ministro deve avaliar se há ou não necessidade de "algum refrescamento" no Governo, considerando ser preciso "maior rigor e disciplina" para evitar casos como os que têm envolvido a TAP.