A Comissão Europeia defende que há margem para proporcionar maiores aumentos de salários em 2023.
De acordo com o relatório, discutido na segunda-feira pelo Eurogrupo, as subidas previstas não compensam a perda de poder de compra.
"A calibração dos salários deve apoiar o poder de compra dos trabalhadores, ao mesmo tempo que ajuda a aliviar a pressão sobre os preços", defende o executivo comunitário.
De acordo com o Jornal de Negócios, a Comissão Europeia está "pessimista" quanto à recuperação real dos salários na Zona Euro. As estimativas apontam para uma inflação de 6,1% este ano, depois de um valor médio a rondar os 8,5% em 2022, e a fraca compensação nominal dos salários não conseguirá impedir uma redução do poder de compra.
Neste momento, segundo o mesmo jornal, as previsões de Bruxelas sublinham um aumento dos vencimentos à volta dos 4,2% para 2022 e 4,9% para 2023, números ainda afastados dos valores da inflação. "Só em 2024 é que as famílias recuperam parte das perdas", realça o documento.
Em Portugal, o cenário é pior, com um crescimento salarial estimado a estacionar nos 4,3% este ano, previsão esta aquém da meta de 5,1% estabelecida pelo Governo. Deste modo, o aumento dos vencimentos dos portugueses desacelerá em relação à média da Zona Euro.