Marcelo Rebelo de Sousa não comenta as críticas de Cavaco Silva por defender que os Presidentes da República devem respeitar-se para serem respeitados pelos portugueses.
“Se os sucessivos Presidentes da República não têm um respeito naquilo que dizem uns dos outros, em termos de forma e conteúdo, acabam por não se fazerem respeitar pelo povo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Póvoa de Lanhoso.
Para o chefe de Estado, por uma “questão de equilíbrio e de consideração pela função presidencial e pelo prestígio das instituições democráticas”, é preciso “haver todo o cuidado naquilo que se diz”.
“E por isso eu não faço comentários relativamente aos meus antecessores e quando deixar de ser Presidente não farei comentário aos sucessores”, concluiu Marcelo Rebelo Sousa.
O ex-Presidente da República Cavaco Silva deu uma aula na Universidade de Verão do PSD, na quarta-feira, onde deixou duras críticas à “verborreia” dos políticos, uma declaração interpretada como tendo Marcelo Rebelo de Sousa como destinatário.
"[O Presidente francês, Emmanuel Macron,] Contrasta com a verborreia frenética da maioria dos políticos europeus dos nossos dias, ainda que não digam nada de relevante”, disse Cavaco Silva.
Na Universidade de Verão do PSD, o antigo primeiro-ministro também falou no “regresso da censura”, de notícias falsas e da realidade que tira o “pio” a quem quer fazer uma revolução socialista.
Também o primeiro-ministro comentou as palavras de Cavaco Silva. Sem se alongar em declarações, António Costa afirmou ser "natural" que o ex-Presidente "tenha agora saudades do palco" depois de ter estado tanto tempo politicamente activo.