A Comissão Europeia não recebeu qualquer informação sobre a fraude da Volkswagen antes da divulgação formal da manipulação de testes sobre emissão de gases, garante a comissária para o Mercado Interno e a Indústria.
Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), a polaca Elzbieta Bienkowska garantiu que a Comissão Europeia "não recebeu qualquer informação antes da divulgação formal da agência de protecção ambiental dos Estados-membros".
Depois das notícias de fraude com motores a gasóleo, Bruxelas entrou em contacto com os Estados Unidos, acrescentou a responsável, que recordou a "muita progressão" na União Europeia para "reduzir as emissões poluentes".
Elzbieta Bienkowska reafirmou estar "quase concluído" o trabalho para definir novos ciclos de testes às emissões, depois de se ter concluído, há cerca de cinco anos, que o modelo utilizado não reflecte o mesmo resultado da condução real.
Medidas de supervisão do mercado e um novo instrumento para fazer com que os sistemas de homologação sejam aplicados de forma adequada também estão a ser preparados, disse.
"O que precisamos é de cabeça fria e medidas claras e conto convosco [Parlamento Europeu]", concluiu a comissária, que garantiu respostas escritas às inúmeras questões feitas durante a tarde.
A encerrar a lista de oradores esteve o português José Inácio Faria (MPT), que considerou que este caso "arrasou a confiança", causou milhares de "burlados" entre cidadãos e Estados-membros e faz "correr perigo postos de trabalho".
Já no período de intervenções espontâneas, o socialista Ricardo Serrão Santos afirmou que a fraude é uma "agressão de grande impacto, além da componente ambiental" e que poderá causar um "potencial contágio a outros sectores" a nível da desconfiança dos consumidores.