D. José Ornelas foi esta sexta-feira nomeado bispo da Diocese de Leiria-Fátima pelo Papa Francisco. O até agora bispo de Setúbal vai suceder a D. António Marto.
O agora bispo eleito de Leiria-Fátima nasceu a 5 de janeiro de 1954, no Porto da Cruz (Madeira). Fez a sua formação religiosa na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e foi ordenado padre a 9 de agosto de 1981.
Especialista em Ciências Bíblicas, com o grau de doutor em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, foi professor desta instituição académica entre 1983-1992 e 1997-2003.
Na sua Congregação, foi superior da Província Portuguesa, cargo que assumiu a 1 de julho de 2000; foi eleito superior geral dos Dehonianos a 27 de maio de 2003, cargo que ocupou até 6 de junho de 2015, altura em que pediu para ir em missão para África.
Mas o Papa Francisco mudou-lhe esses planos e nomeou-o bispo de Setúbal, pedindo-lhe – contou na altura – que fosse “missionário” em Setúbal, porque “a Europa tem necessidade de redescobrir a sua dimensão missionária”.
Foi ordenado bispo no 25 dia de outubro do mesmo ano por D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, tendo tomado posse da diocese sadina nesse mesmo dia.
Na diocese que agora deixa, para assumir a de Leiria-Fátima,
D. José Ornelas tem acompanhado sempre de perto os problemas sociais, tendo
sido
agraciado, em 2020, com a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal.
O novo bispo de Leiria-Fátima, que tem como lema episcopal
"O Filho do Homem veio para servir e dar a vida",
preside, desde 2020, à Conferência Episcopal Portuguesa. Nas suas primeiras palavras, como
presidente da CEP, D. José Ornelas afirmou que os bispos devem ser o “primeiro
sinal da união da Igreja em Portugal”.
E foi como presidente da CEP que, em novembro passado, garantiu que a Igreja Católica portuguesa fará tudo “para apurar a verdade histórica” dos abusos sexuais cometidos por membros do clero português.
“Faremos tudo para proteger as vítimas, apurar a verdade histórica e impedir estas situações dramáticas que destroem pessoas e contradizem o ser e a missão da Igreja”, declarou, no discurso de abertura da Assembleia Plenária da CEP.
A diocese de Leiria-Fátima, que tem por padroeiros Nossa Senhora de Fátima e Santo Agostinho, foi criada pelo Papa Paulo III, a 22 de maio de 1545, a pedido do rei D. João III.
Extinta por motivos políticos, em 1882, foi restaurada em 1918. Em 1984, recebe o nome de “Leiria-Fátima”.
Desde a sua restauração, teve como bispos diocesanos: D. José Alves Correia da Silva, D. João Pereira Venâncio, D. Alberto Cosme do Amaral, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva e D. António Augusto dos Santos Marto.
Com cerca de 302.000 habitantes, a diocese tem uma área aproximada de 1.700 km2 e está dividida em 73 paróquias, pertencentes aos concelhos de Leiria, Marinha Grande, Batalha, Porto de Mós, Ourém e parte dos concelhos de Pombal, Alcanena e Alcobaça. Também pertence à diocese o Santuário de Fátima.