“Faltam adultos no centro da conversa”. É assim que o comentador d’As Três da Manhã analisa a polémica provocada pela publicação de Paddy Cosgrave na rede social X e que teve como consequência a demissão de CEO da Web Summit.
Paddy Cosgrave escreveu que o que se passa em Gaza é um cenário de crimes de guerra perpetrados pelo exército israelita e várias vozes se fizeram ouvir de imediato
“Nada do que se passou faz sentido. Paddy Cosgrave deu uma opinião. Uma opinião não é um ato. Concorde-se ou não com a opinião, é só uma opinião, ainda por cima no Twitter ou no X”, atira.
No seu espaço de comentário na Renascença, Henrique Raposo explica que “aquilo não é um ato”, observando que “ele não pegou numa pedra e atirou a uma sinagoga ou embaixada de Israel, não foi profanar cemitérios judaicos”.
“É uma opinião e é só isso. Estamos a confundir. Estamos numa época estranhíssima, que confunde, que faz uma equivalência entre atos violentos e uma mera opinião”, considera.
E, na visão do comentador “não se pode reagir a uma opinião da mesma maneira que se reage a um ato violento”.
Para Henrique Raposo vivemos numa “época muito puritana”.
“É punir o erro e não perceber que as pessoas têm várias camadas dentro de si. Ele disse aquilo, não quer dizer que ele não condenasse o Hamas, mas apeteceu-lhe dizer aquilo primeiro”, observa.
O comentador lembrou ainda que também os textos que escreve geram polémica.
“As polémicas, falando só de mim, no meu caso, que eu provoco não são provocadas por opiniões. As opiniões são para amadores. Eu provoco polémicas apontando a luz para factos que esta ou aquela tribo não querem ver e as polémicas começam daí”, completa.