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Nenhuma das autoridades competentes deu ordem para encerrar a Estrada Nacional 236, onde morreram 47 pessoas durante o incêndio de Pedrogão Grande, afirmou o primeiro-ministro em entrevista à TVI, esta terça-feira. António Costa também disse não ter evidência de que tenha havido falhas no combate ao fogo.
António Costa questionou a Guarda Nacional Republicana (GNR) sobre o que aconteceu na tarde sábado e foi essa a resposta que recebeu.
“Que eu tenha conhecimento, não há nenhuma instrução específica para o encerramento daquela via [EN236], conforme aqui diz a GNR”, afirma o chefe do Governo.
“Não foi dada essa instrução pelo comando da Guarda, pelos militares da Guarda no local e, provavelmente, também pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, a quem também colocarei a questão, porque a ameaça surgiu de forma repentina”, sublinha.
O primeiro-ministro considera que a resposta da GNR “corresponde à descrição do dramatismo e da rapidez com que tudo aconteceu naqueles 400 metros daquela estrada”.
“A resposta que é dada [pela GNR] é que o fogo terá atingido esta estrada de forma totalmente inesperada, inusitada e assustadoramente repentina, surpreendendo todos, desde as vítimas aos agentes de protecção civil, nos quais se incluem os militares da Guarda Nacional Republicana destacados para o local”, referiu António Costa.
Questionado se aceita essa explicação, o primeiro-ministro diz que “a resposta final” vai surgir “no devido tempo”, mas adiantou que a resposta da GNR “é muito consonante” com o que ouviu quando se deslocou a Pedrógão Grande, no domingo, da parte de presidentes de câmara, técnicos da autarquia de vários populares.
“Todos me descreveram a mesma coisa: foi algo muito súbito e muito repentino o que aconteceu naqueles quatro a cinco quilómetros quadrados em que se centraram as vítimas humanas”, frisou o chefe do Governo nesta entrevista à TVI.
António Costa disse não ter evidência de que tenha havido falhas no combate ao fogo e afirma que a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, tem feito um excelente trabalho.
O primeiro-ministro também referiu que "a reforma estrutural da floresta é um trabalho para a próxima década, seguramente".
[notícia actualizada às 22h34]