Os partidos da oposição foram unânimes em demonstrar a sua deceção com as medidas do Governo para apoiar as empresas durante a crise energética e o aumento da inflação, anunciadas esta quinta-feira.
O PSD manifestou a sua "enorme desilusão" em relação às propostas do Executivo, através do deputado Paulo Rios de Oliveira.
O social-democrata mostrou ainda desagrado pelo facto de o Governo ter escolhido o dia em que foi debatido no parlamento o programa de emergência social do PSD para apresentar estas medidas.
"O programa do Governo em bom rigor é constituído maioritariamente por empréstimos, sempre a reboque daquelas expressões que os socialistas gostam de usar, um nome bonito para o pacote "Energia para Avançar" e depois algo para a formação, para o transporte, para as linhas de apoio, mas na realidade deveriam estar mais preocupados na abrangência, porque o que era urgente para alguns, neste momento é urgente para todos", alertou.
O PSD esperava também que o Governo utilizasse "de forma ambiciosa" os impostos que está a arrecadar com o aumento da inflação.
À Esquerda, a coordenadora do Bloco que as medidas para o setor empresarial são "muito curtas" e sem capacidade de chegar às pequenas empresas, criticando o Governo por dar "apoios em miniatura" enquanto recusa taxar os lucros excessivos.
"O Governo dá apoios em miniatura, de faz de conta às famílias e às empresas porque se recusa àquele passo de justiça económica que é taxar os lucros excessivos das gigantescas empresas que estão a ganhar com a inflação, e essa é a escolha da maioria absoluta. Não há nenhum argumento a não ser este, decidir proteger o privilégio", criticou Catarina Martins.
Segundo a líder do BE, "as medidas que foram apresentadas são muito curtas" e "a maior parte é recauchutagem de medidas que já existem". Catarina Martins deu como exemplo "a pouca capacidade para chegar às pequenas empresas que estão com maiores dificuldades".
Também o PCP disse que o pacote de medidas é "insuficiente" e registou a "resistência" por parte do executivo em taxar os lucros extraordinários dos grupos económicos.
"Não fixar e tabelar os preços significa na prática a subsidiação dos grupos económicos do setor energético. Não travar o aumento de preços significa que os apoios podem ser consumidos com o continuado aumento dos preços", advogou a líder parlamentar comunista, Paula Santos.
O PAN criticou o Governo pela "falta de arrojo" nas medidas apresentadas de apoio às empresas, e o Livre lamentou o que classificou como "pacote modesto", com ambos a insistir na necessidade de taxar lucros extraordinários.
Jà à Direita, a Iniciativa Liberal criticou as medidas do Governo de apoio às empresas, classificando-as como um conjunto de "remendos e medidas recicladas" e defendeu "as boas empresas não precisam de subsídios", apelando a "reformas estruturais".
Na opinião do deputado da IL Carlos Guimarães Pinto, "o que faria era um conjunto de reformas estruturais", vincando que "as boas empresas não precisam de subsídios" e criticando o peso da burocracia.
Por fim, o Chega lamentou que que o Governo tenha anunciado "poucos apoios novos" para as empresas, considerando que se limitou a aumentar os que já existem e a avançar com medidas "mais do mesmo".
"Mais uma vez o Governo faz uma apresentação de retoques, de remendos e de truques para maquilhar o que é a verdade. Poucos apoios novos existem, estamos a falar de aumentos de linhas que já existem e de apoios que já existem", defendeu o presidente do Chega, André Ventura.