O balanço de mortos em Israel na sequência da ofensiva lançada pelo Hamas no sábado subiu esta segunda-feira para 800. O número foi adiantando pelo Ministério da Saúde hebraico, que adianta que há pelo menos 2.616 feridos.
Do lado palestiniano, de acordo com as autoridades em Gaza, estão confirmados 560 mortos, a par de 2.900 feridos, desde que Israel lançou a operação Espadas de Ferro em resposta aos ataques do Hamas por ar, terra e mar.
No norte de Israel, soldados israelitas continuam a combater elementos que se infiltraram em território hebraico vindos do Líbano, com os media locais a indicarem que há vários militares feridos e militantes mortos. Esta informação ainda não foi oficialmente confirmada. O ataque foi entretanto reivindicado pelas Brigadas al-Quds, o braço armado do movimento Jihad Islâmica.
Segundo a Reuters, ouve-se fogo de artilharia e troca de tiros na fronteira entre Israel e o Líbano, com a Rádio do Exército a indicar que os confrontos estão a ocorrer perto de Adamit, que faz fronteira com as cidades libanesas de Aalma El Chaeb e Zahajra.
Entretanto, prosseguem também os bombardeamentos da Faixa de Gaza, horas depois de o chefe das Forças de Defesa de Israel (IDF) ter anunciado um "cerco total" ao enclave palestiniano, que está sob controlo do Hamas e sob bloqueio económico de Israel desde 2007.
Os cerca de 2,3 milhões de residentes em Gaza dependem quase totalmente de Israel para obter combustível, energia elétrica, comida, água e medicamentos. Com este cerco, levantam-se questões sobre até que ponto está o Egito disposto a fornecer bens essenciais aos palestinianos através da sua fronteira com a Faixa de Gaza.
Israel pode também estar a preparar uma incursão no território. De acordo com um jornal hebraico citado pelo Guardian, Netanyahu terá dito ao Presidente dos EUA, Joe Biden, numa conversa telefónica no domingo, que as forças israelitas vão lançar uma operação terrestre no enclave, a partir de onde o Hamas continuava hoje a lançar rockets contra o norte e o centro de Israel, sem registo de mais vítimas para já.
A Associated Press tinha noticiado um aviso do Egito de que "algo grande" estaria para acontecer, uma informação entretanto desmentida pelo gabinete de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.
Ainda hoje haverá uma reunião entre os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e EUA para debater a atual situação no Médio Oriente. A Comissão Europeia anunciou que vai suspender a ajuda financeira à Palestina e reavaliar todos os programas de apoio aos territórios ocupados.
Para quarta-feira está marcada uma reunião de emergência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe para discutir formas de "travar a agressão israelita" contra a Faixa de Gaza, indicou a organização num comunicado citado pela Reuters.
Numa reunião com representantes locais e regionais do sul de Israel, Netanyahu disse hoje que esta guerra vai "mudar o Médio Oriente" e que Israel "está apenas a começar" a sua contraofensiva.
"A vossa liderança tem sido muito forte nestes dias difíceis. O Estado [de Israel] não deixará nenhuma pedra por revirar para vos ajudar. Peço-vos que aguentem firmes, porque vamos mudar o Médio Oriente", declarou Netanyahu, de acordo com um comunicado publicado no site oficial do Governo.
A conversa coincidiu com o anúncio das IDF de que já recuperaram o controlo das localidades do sul infiltradas por elementos do Hamas desde sábado. O Exército adiantou, contudo, que é possível que ainda haja militantes presentes em território israelita.
Um avião da Força Aérea Portuguesa está a caminho da capital israelita para retirar todos os portugueses que queiram sair do território. A TAP anunciou entretanto a suspensão de todos os voos de para Telavive.