Ou o primeiro-ministro e recandidato a líder do PS disse um disparate ou as suas palavras são uma confissão de que não consegue dar prioridade aos interesses do país. É a conclusão de Joaquim Miranda Sarmento, num comentário às palavras de António Costa.
“Talvez o calor do momento tenha levado a este disparate”, começa por dizer o presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD à Renascença, adiantando que “não é a primeira vez que o primeiro-ministro diz disparates”.
“Obviamente, o PSD é um partido com uma matriz democrática. Não andamos aqui a competir se é mais ou menos democrático do que os outros, mas temos 46 anos de história”, critica.
Mas, “se passarmos essa parte do disparate e não nos lembrarmos que António Costa foi número dois no Governo e no partido e um primeiro-ministro que, esse sim, tentou controlar a comunicação social de uma forma que podemos classificar quase como não democrática, isto talvez possa ser entendido como uma confissão: se fosse o PSD que estivesse no Governo no momento em que a pandemia se iniciou, provavelmente o Partido Socialista não teria dado apoio ao estado de emergência, que necessita de dois terços do Parlamento para ser aprovado”.
Mas o que disse António Costa? Na sexta-feira à noite, o secretário-geral do PS e recandidato ao cargo afirmou no Parque Mayer, durante a apresentação da sua moção de estratégia ao congresso nacional do partido, que duvidava que, “com outro partido, pudéssemos ter vivido tantos meses em estado de emergência, sem que as liberdades e a democracia estivessem alguma vez estado ameaçadas”.
“Eu levo isto como um disparate ou, se calhar, como uma confissão de que, na oposição o Partido Socialista não consegue pôr os interesses do país à frente dos seus próprios interesses”, conclui o social-democrata Joaquim Miranda Sarmento.