A lei das 35 horas não vai entrar em vigor para todos os trabalhadores do Estado ao mesmo tempo, garantiu esta quarta-feira o primeiro-ministro António Costa ao secretário- geral da UGT.
No final da reunião entre ambos em São Bento, Carlos Silva disse aos jornalistas que o Governo está a fazer um levantamento para saber quais são os sectores em que as 35 horas não vão ser aplicadas já em Julho.
O líder da UGT afirma que o Governo irá transmitir aos sindicatos em que sectores é que não será possível reimplementar as 35 horas nessa data.
“Não faz qualquer sentido que um trabalhador da administração pública tenha 40 horas e que o do balcão ao lado tenha 35”, afirmou Carlos Silva, acrescentando que “o levantamento será feito com o compromisso de ser acompanhado no processo negocial com os sindicatos”.
O secretário-geral da UGT voltou a fazer uma avaliação "globalmente positiva" do Orçamento do Estado para 2016, considerando que em relação à reposição gradual das 35 horas na função pública os sindicatos terão "bom senso e sensibilidade".
Num âmbito mais geral, admitiu ainda que a proposta de OE para 2016 mantém algumas políticas de austeridade, mas reforçou a ideia que já há algum "alívio" para os trabalhadores, reformados e pensionistas de menores rendimentos.
Carlos Silva recusou também a perspetiva que a proposta de Orçamento represente um "aumento generalizado de impostos", reafirmando que "há um retomar da capacidade dos trabalhadores de terem mais rendimentos".
"Os últimos anos foram bem piores para os trabalhadores", sustentou, considerando que o OE para 2016 "começa a abrir algumas portas de esperança", embora a austeridade não tenha terminado. "Não passámos do inferno ao paraíso", disse.