Estão inscritos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) cerca de 1.500 peregrinos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida. É uma pequena percentagem face ao milhão de participantes que são esperados em Lisboa, na primeira semana de agosto, mas é um grupo com necessidades especiais que a organização acolhe desde o primeiro minuto.
“Eu diria que é quase impossível dizer que não a qualquer peregrino que queira vir e até agora, graças a Deus, também não temos tido nenhuma situação em que não consigamos dar resposta”, começa por dizer à Renascença Carmo Diniz, responsável da JMJ pela área das pessoas com deficiência.
Carmo Diniz explica que, para fazer este acolhimento, tudo começa no processo de inscrição do peregrino. É nessa altura que os peregrinos devem assinalar a sua condição e identificar necessidades.
A partir desse momento, passa a ficar dedicado um gestor do peregrino que vai identificar com mais detalhe as necessidades.
“Existem inúmeras situações. Para ver o grau de dificuldade, existem pessoas que precisam de aparelhos elétricos para dormir e nós sabemos que a proposta para a vigília e missa final é que as pessoas pernoitem no Campo da Graça”, exemplifica.
“Temos que encontrar resposta a pessoas que não podem dormir no chão” ou “pessoas que têm uma alimentação especial”, adianta.
“Para todos temos conseguido encontrar resposta”, afirma com satisfação.
Os espaços da JMJ foram pensados para ser acessíveis a todos e, em cada um deles, haverá zonas reservadas para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Quanto aos transportes, Carmo Diniz assegura que a JMJ está articulada com os transportes públicos da capital, que já são adaptados, e diz que há abertura para gerir outras situações.
“Existem algumas ligações que têm que ser asseguradas ou pela organização ou pelos próprios”, adianta, explicando que nalguns casos será possível “os peregrinos trazerem um transporte próprio e pode ser possível acreditar os veículos”.
Prontos para responder também a não inscritos
Este planeamento está feito para quem está inscrito como peregrino. No entanto, sendo a JMJ um encontro que inclui uma visita do Papa, a organização sabe que vão também marcar presença muitos não inscritos.
Carmo Diniz reconhece que para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida não inscritas oficialmente será mais difícil atender às suas necessidades.
“É muito difícil encontrar uma resposta para um grupo que nós não conhecemos e não sabemos a dimensão”, reconhece.
“O que fizemos foi trabalho de base, de garantir a acessibilidade dos recintos, de confiar nos transportes públicos coletivos e de convidar todos”, sublinha, acrescentando que “nos recintos vai haver a transmissão através dos ecrãs em gesto internacional, isso permite que um surdo, quer esteja inscrito ou não inscrito, aceda à informação”.
Esta responsável da JMJ garante ainda que estarão “disponíveis para ajudar ou para responder a qualquer questão que nos seja apresentada por uma pessoa não inscrita no momento”.