"A minha memória está boa". A garantia foi deixada esta quinta-feira pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, em resposta a um relatório divulgado pelo Departamento de Justiça.
Joe Biden, de 81 anos, disse que algumas afirmações do procurador especial Robert Hur sobre sua memória estão erradas e negou ter retido "intencionalmente" quaisquer documentos confidenciais.
O relatório concluiu que o Presidente dos Estados Unidos reteve e divulgou "intencionalmente" documentos classificados quando era um cidadão sem cargos públicos. De acordo com o Departamento de Justiça, isto não motiva acusações contra ele ou terceiros.
Numa conferência de imprensa para reagir a estas revelações, Joe Biden disse que é um "homem mais velho", mas sabe o que faz e é a pessoa mais qualificada do país para ser Presidente.
O procurador especial concluiu que o Presidente, que se vai recandidatar às eleições de novembro deste ano, apresenta dificuldades em recordar momentos importantes da sua vida, nomeadamente o período em que foi vice-presidente (entre 2009 e 2017) e o ano da morte do seu filho Beau (2015).
"Como é que eles levantaram isso? Eu não preciso que ninguém me recorde quando é que o meu filho faleceu", responde Joe Biden.
O relatório do procurador especial Robert Hur constitui uma avaliação severa da forma como Joe Biden geriu informação governamental sensível, sobre assuntos militares e política externa relativa ao Afeganistão e outros assuntos sensíveis de segurança nacional.
"A nossa investigação apurou que o Presidente Biden reteve e revelou intencionalmente materiais classificados, depois da sua vice-presidência, quando se tornou um cidadão comum", escreveu Hurr.
Entre a documentação encontrada pelos investigadores estão materiais sobre o Afeganistão, que provam a sua oposição à decisão do Presidente Barcak Obama, de quem Biden era vice-presidente, de enviar mais tropas para o país.