As câmaras de Cascais, Esposende, Gaia, Famalicão e Faro confirmaram buscas da Polícia Judiciária (PJ) nos serviços, por suspeitas de crimes económicos, mas salientam que as investigações envolvem entidades exteriores aos municípios e que estão a colaborar com as autoridades.
"A Câmara de Cascais confirma as diligências judiciais que, não tendo direta ligação a atividade municipal e envolvendo apenas terceiros, tiveram da parte da autarquia a melhor cooperação", afirmou, em comunicado enviado à Lusa, a autarquia presidida por Carlos Carreiras (PSD).
Na mesma nota sublinha-se que "nenhuma das entidades alvo da investigação tem qualquer tipo de contacto e/ou relação com a Câmara Municipal de Cascais" e, como tal, "nunca existiu qualquer contratação de serviços" ou de produtos.
A PJ realizou esta quarta-feira cerca de 70 buscas, incluindo a autarquias, sociedades e instalações partidárias, no continente e no arquipélago dos Açores, informou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
As investigações, envolvendo "um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político [que desenvolveu] influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares", visam apurar a prática dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
"O município, num espírito de total colaboração, prestou todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados", revelou, em comunicado, a Câmara de Esposende, acrescentando que a autarquia "não tem, nem nunca teve, qualquer relação com as empresas visadas no âmbito da investigação".
Nesse sentido, a autarquia presidida pelo social-democrata Benjamim Pereira notou que "o município não pode deixar de lamentar e até de estranhar que tenha sido associado à referida investigação".
"Confirmo e só posso dizer que o assunto não diz respeito aos meus mandatos. O resto é reservado, estando a câmara a colaborar com o que pode", afirmou à Lusa o presidente da autarquia de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues (PS).
Numa nota de esclarecimento, a Câmara de Vila Nova de Famalicão confirmou que, durante a manhã de hoje, "foi alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária".
"Os factos em causa estão em segredo de justiça, são externos à câmara municipal e reportam-se a uma empresa cuja relação com o município resulta de um concurso público internacional", refere-se no mesmo comunicado.
A autarquia presidida por Paulo Cunha (PSD/CDS-PP) frisou que "não é a autarquia que está a ser objeto de investigação, mas entidades externas que tinham ou têm uma relação comercial com o município".
Algumas das buscas ocorreram na concelhia de Lisboa do PS, na distrital de Lisboa do PSD e em três juntas de freguesia da capital, confirmaram hoje de manhã à agência Lusa fontes partidárias.
Também os municípios de Lisboa, Marinha Grande, Ponta Delgada e Santa Maria da Feira e as juntas de freguesia do Parque das Nações e do Areeiro (Lisboa) confirmaram até ao final da tarde terem sido alvo de buscas, mas a maioria referiu que as operações estão relacionadas com entidades externas.