O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) vai avaliar o impacto que a realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa (JMJ), de 1 a 6 de agosto próximo, vai ter nas finanças das pessoas e na economia do país.
Ao que apurou a Renascença esta quinta-feira, o estudo foi pedido pela Fundação Jornada Mundial da Juventude e dá seguimento a um outro estudo cujo resultado vai ser apresentado em breve, e que incide sobre os orçamentos previstos e adjudicados e os custos efetivamente suportados pelas entidades envolvidas na preparação do evento religioso.
Com o apoio técnico da consultora PWC, o estudo ao impacto económico da JMJ vai ser realizado depois do evento, com base nas estatísticas do INE, e vai medir vários parâmetros.
Considerando o “aumento da atividade económica resultante da realização da jornada”, o ISEG vai avaliar “o efeito que isso tem no emprego, no nível de preços, na situação financeira das entidades que vão estar ligadas à organização das jornadas e à preparação das Infraestruturas necessárias”, revelou à Renascença o docente Nuno Valério.
Por outro lado, o estudo vai também analisar o “efeito de melhoria de infraestruturas, o impacto sobre o ambiente e outros, que são desfavoráveis” e, por fim, “a imagem e a reputação com que o país fica.”
A pandemia e a guerra levaram ao aumento dos preços dos bens essenciais e do valor das rendas, o que determinou a subida da inflação.
Questionado se o aumento dos preços na altura da JMJ vai prejudicar a população e permanecer no tempo, o economista admitiu que “os valores de julho e de agosto, particularmente na região de Lisboa, serão afetados, na nossa perspetiva de consumidores, desfavoravelmente, pela realização das Jornadas”, no entanto, “que isso seja algo que vai ficar, estou convencido que não”.
“O processo inflacionista tem causas muito mais estruturais que estão a ser resolvidas”, salientou Nuno Valério, e “se não houver mais ações internacionais”, como uma nova pandemia ou guerra, “a jornada vai ser apenas um ‘soluço’ nessa redução da inflação, portanto, não creio que haja aí razões para preocupação”, adiantou o docente do Instituto Superior de Economia.
Em termos de imagem e reputação do país, os efeitos de longo prazo serão positivos.
“O resultado económico da Jornada será positivo e avaliável na ordem de algumas centenas de milhões de euros”, antecipou Nuno Valério.
Para tal, é preciso “que tudo corra bem”. Se o efeito de reputação for positivo, a imagem que o país deixa nas pessoas leva-las-á a “virem a Portugal e até a comprarem produtos portugueses no estrangeiro”, o que levará a um aumento das exportações.
Os resultados do estudo do impacto da JMJ na economia e na vida das pessoas será apresentado no final de março de 2024.