O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, afirmou, esta quarta-feira de manhã, que já venceu, mas que os democratas estão a tentar “roubar” as eleições, prometendo recorrer ao Supremo Tribunal.
“Vamos recorrer para o Supremo Tribunal e tentar parar a contagem de votos”, ameaçou o Presidente norte-americano, numa declaração na Casa Branca.
Trump disse que está à frente em muitos estados e que a eleição já está ganha para os republicanos, mas que os democratas estão a tentar “roubar” esta eleição, através do lançamento de votos já depois do fecho das urnas.
“Na verdade, já ganhámos estas eleições”. A declaração, numa altura em que muitos votos ainda estão por contar, baseia-se nos números sobre a vantagem de Trump em vários estados (Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin) e o facto de ter vencido alguns estados importantes (Texas, Florida).
“Infelizmente, algumas pessoas querem estragar estas eleições. Não o vamos permitir”, disse Trump, referindo-se ao facto de ainda faltar a contagem de votos que foram lançados, na sua perspetiva, “fora de prazo”. “Sabem o que aconteceu: eles sabem que não conseguem ganhar e querem ir para os tribunais”, explicou, sem dar pormenores sobre esta denúncia.
“Não vamos deixar que votos colocados às quatro da manhã ainda sejam contados”, garantiu Trump, dizendo que vai levar esta questão ao Supremo Tribunal, ameaçando paralisar o processo eleitoral.
Biden tem equipas legais prontas se Trump avançar para tribunal
A campanha do candidato democrata, Joe Biden, já reagiu às declarações de Donald Trump.
Segundo a candidatura democrata, a ameaça é “escandalosa, sem precedentes e incorreta”. A diretora de campanha de Biden, Jen O’Malley Dillon, disse que tem “equipas jurídicas prontas para se mobilizarem para contrariar a estratégia de Trump”, garantindo que serão bem-sucedidas.
“Vamos conseguir”, disse O’Malley Dillon, referindo-se à possibilidade de evitar que o resultado das eleições presidenciais seja perturbado pelos esforços de Trump de os contestar judicialmente.
Joe Biden mostrou-se confiante na sua eleição como Presidente dos Estados Unidos e pediu paciência, recordando que vai demorar até que todos os votos sejam apurados.
“Sentimo-nos bem com o sítio onde estamos. Acreditamos que estamos no caminho para vencer esta eleição”. Biden, de 77 anos, falava pouco depois das 00h40 locais (05h40 em Lisboa), junto à sua sede de campanha, em Wilmington, no estado de Delaware, onde cresceu e pelo qual foi eleito senador.
O candidato garantiu ainda que vai vencer na Pensilvânia, considerado um dos estados-chave para determinar a eleição do próximo Presidente norte-americano.
“Não me cabe a mim nem a Donald Trump declarar quem ganhou, é uma decisão do povo norte-americano, mas eu estou otimista com este resultado”, declarou, antes de agradecer o trabalho dos membros da sua equipa, do partido e aos trabalhadores no processo eleitoral, bem como aos seus apoiantes.
Recordando uma frase dos seus avós, disse: “Mantenham a fé, vamos ganhar isto”.
Twitter assinala "conteúdos contestáveis" em publicação de Trump
Horas antes, numa mensagem na sua conta pessoal de Twitter, que foi escondida por ter informação que a empresa que gere aquela rede social considerou inapropriada por não ter sustentação, Trump acusou os democratas de estarem a tentar “roubar a eleição”, alegando que “não se podem lançar votos depois do fecho das urnas”.
O tweet em questão acabou por ser assinalado pela própria rede social, com um aviso acrescentado à publicação: "Alguns ou todos os conteúdos compartilhados neste Tweet são contestáveis e podem ter informações incorretas sobre como participar de uma eleição ou de outro processo cívico".
Governador da Pensilvânia: acusações são "ataque partidário"
O governador democrata da Pensilvânia, um dos estados-chave nestas eleições, descreveu as declarações de Donald Trump sobre uma suposta fraude na eleição como um "ataque partidário".
Tom Wolf acrescenta ainda, esta quarta-feira de manhã, que o seu estado está a fazer de tudo para contar os mais de um milhão de votos por correio.
"Vamos ser claros: isto é um ataque partidário às eleições na Pensilvânia, aos nossos votos e democracia", disse o governador num tweet. "A Pensilvânia vai ter uma eleição justa e vamos contar todos os votos".