Legionella. Cristas quer explicações sobre o que falhou na torre de refrigeração
17-11-2017 - 14:11

Líder do CDS quer saber se estão alocados todos os recursos para garantir que problema não se torna a verificar.

A presidente do CDS-PP exigiu esta sexta-feira que o ministro da Saúde explique o que falhou nas medidas de controlo da infeção com “legionella”, questionando se foi falta de fiscalização, manutenção ou teve que ver com "cativações e cortes".

"Foi falta de manutenção, foram verbas que não foram alocadas à manutenção e monitorização destas torres, foi falta de fiscalização, o que é que falhou neste caso? Tem alguma coisa a ver com cativações e cortes que temos assistido ou, porventura, não foi exactamente assim", questionou Assunção Cristas.

As autoridades de saúde já concluíram que a fonte do surto da bactéria “Legionella pneumophila” no São Francisco Xavier, em Lisboa, foi pelo menos uma das torres de arrefecimento da unidade hospitalar.

Assunção Cristas defende que se trata de "um caso muito grave" e disse esperar que "o senhor ministro da Saúde o venha assumir e explicar como pode ter acontecido" e o que está a ser feito para que não volte a acontecer.

"Temos de saber o que foi, o que se passou e, sobretudo, uma coisa que tenho dito desde a primeira hora: que o senhor ministro diga a todos os portugueses que, neste momento, todos os recursos estão alocados e disponíveis para que no Serviço Nacional de Saúde não torna a acontecer uma situação destas", sustentou Assunção Cristas, em declarações à agência Lusa no final de uma visita ao Banco de Bens Doados, em Lisboa.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse na quinta-feira à agência Lusa que as torres de arrefecimento do hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, tinham uma empresa responsável pela manutenção, vigilância e controlo, considerando que é necessário "perceber o que se passou".

"Estas torres de arrefecimento têm uma manutenção, uma vigilância e um controlo feitos por uma empresa e o hospital tinha com essa empresa um contrato válido e confiou que o trabalho teria correspondido a um processo de controlo e vigilância que não conduzisse a um problema destes", afirmou Graça Freitas.

"Alguma coisa aconteceu neste processo que levou a uma proliferação anormalmente elevada da bactéria [legionella]", acrescentou, indicando que houve "algum tipo de falha em procedimentos ou falha técnica".

O surto de “legionella” no hospital São Francisco Xavier infectou 54 pessoas, sendo que cinco dos doentes acabaram por morrer.

A “legionella” é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infecção, podendo ir até 10 dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infecção tem tratamento efectivo.