A partir desta quarta-feira poderão ser vários os reclusos a ver os seus julgamentos adiados e as suas consultas por realizar. A expetativa é do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, que espera uma forte adesão à greve às diligências, nomeadamente ao transporte dos detidos.
Um protesto que teve início esta terça-feira e que se prolonga até dia 9 de março, véspera das Legislativas. No entanto, hoje, terça-feira, dia de tolerância de ponto, o impacto do protesto é ainda pouco significativo.
A partir de quarta-feira o país poderá "contar com muitas sessões de julgamentos adiadas e muitas consultas que serão, de certeza absoluta, desmarcadas, ou seja, tudo o que não seja urgente não vai ser feito", aponta Frederico Morais.
O dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional diz esperar uma forte adesão ao protesto, "porque os guardas prisionais estão descontentes com o Governo, que mentiu por escrito". "Foi através de documentos escritos e não cumpriu nada do que se comprometeu".
À Renascença, Frederico Morais diz que os guardas prisionais exigem aumentos salariais, porque, "o guarda prisional, neste momento, ao entrar na carreira, ganha cerca de 80 euros mais do que o ordenado mínimo". Depois há a questão "dos suplementos", um caso em que "a senhora ministra da Justiça e o senhor primeiro-ministro deram a machadada final no corpo da guarda prisional, ao atribuir o subsídio à Polícia Judiciária e ao esquecerem-se de nós". "O que a senhora ministra tem feito nestes 18 meses meio é esquecer-se do corpo da guarda prisional. E estamos no mesmo Ministério. Ela tutela as duas forças, a Polícia Judiciária e a guarda prisional, e deu à PJ e esqueceu-se de nós", explica. Por último, os guardas lembram que "o sistema de avaliação já deveria estar a ser aplicado".
Esta é um greve que só termina na véspera das eleições - a 9 de Março. Para dia 22 está prevista uma greve geral.