O vice-presidente da Câmara de Lisboa assegurou este sábado que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) custou abaixo de 35 milhões de euros à Autarquia, um investimento "barato", tendo em conta a visibilidade mundial e os equipamentos que ficaram na cidade.
"Ou seja, se nós quisermos ser rigorosos, o custo da Câmara com a Jornada Mundial da Juventude não foi 35 milhões de euros, foi de 10 milhões. Foi esse o custo da Câmara com aquilo que se concretizou na hora e que se desvaneceu", disse hoje, em declarações à Lusa, Filipe Anacoreta Correia, o coordenador da Câmara Municipal de Lisboa na JMJ.
Segundo o autarca, estes 10 milhões incluem a limpeza, o aluguer de ecrãs para o Parque Eduardo VII, o aluguer de casas de banho, as despesas com estruturas e e as equipas na preparação dos vários equipamentos, por exemplo.
"A soma desses custos é cerca de 10 milhões de euros. O resto, os outros 25 milhões de euros, foi um investimento que nós fizemos, mas que fica na cidade", disse.
"Posso assegurar com muita tranquilidade que este foi seguramente o investimento mais barato [10 milhões de euros] que a cidade fez. O retorno é imenso, é absolutamente desproporcional em relação àquilo que nós despendemos. Só quem não tiver a noção do que é o custo de uma operação de marketing, se o fosse meramente, é que pode negligenciar esta dimensão de visibilidade", considerou.
"O retorno é imenso, é absolutamente desproporcional em relação àquilo que nós despendemos."
O autarca afirmou que a autarquia tem "comprovativos" de que o evento e a cidade foram referidos "com imagens em todos os grandes canais do mundo", o que representou um retorno de visibilidade de Lisboa, "um alcance absolutamente desproporcional em relação" ao custo, além "da experiência que ficou na cidade".
"Nós temos dados hoje que confirmam que esta operação foi acompanhada por 590 milhões de lares em todo o mundo. É uma dimensão, é mais de três vezes, é quase quatro vezes aquilo que se verificou no Euro2004. É mais do dobro do "Super Bowl"", afirmou, destacando que só a Câmara de Lisboa teve cerca de quatro mil trabalhadores envolvidos no evento.
Anacoreta Correia salientou que os custos para a autarquia ficarão "ligeiramente abaixo do orçamento" de 35 milhões de euros, mesmo tendo "havido também algumas derrapagens pontuais", devidas, nomeadamente, "a alguns pedidos que não estavam inicialmente considerados".
Em relação ao investimento que fica na cidade, o autarca incluiu o Parque Tejo e a sua infraestruturação, a parte do polémico palco que fica para futuros eventos, a reabilitação e a restauração das colunas de Keil do Amaral e da estátua de José Cutileiro, a ponte ciclo-pedonal entre Lisboa e Loures - hoje denominada Ponte Cardeal Dom Manuel Clemente -, intervenções em "vários arruamentos" e espaços públicos e também novos equipamentos que ficam com os bombeiros, Proteção Civil e polícia.
O Parque Tejo será "um grande parque verde", que deverá estar disponível para a população "o mais rapidamente possível".
"Há ali algumas limitações e condicionantes, que têm a ver com a natureza do próprio parque ter sido um aterro", o que obriga "a algum cuidado na escolha, por exemplo, das árvores" a colocar no espaço, afirmou.
O autarca salientou que a autarquia tem "já algumas ponderações, alguns pedidos" para utilização do espaço, que está a avaliar.
"Estou convencido que Lisboa marcou a história da JMJ e, depois de Lisboa, nenhuma JMJ voltará a ser igual. Mas o inverso também é verdade. A JMJ marcou a cidade de Lisboa, fez história na cidade de Lisboa e a cidade de Lisboa não vai ser igual", considerou, realçando que Lisboa "ficou claramente a ganhar". .
O programa da JMJ de Lisboa terminou no domingo, 6 de agosto. A vigília e a "missa do Envio" juntou cerca de um milhão e meio de jovens no Parque Tejo, e contaram com a presença do Papa Francisco.
A próxima Jornada realiza-se dentro de quatro anos em Seul, na Coreia do Sul.