“Sanchéz poderia sair de mansinho e até permitir um regresso à normalidade democrática”
24-07-2023 - 10:35
 • André Rodrigues , Isabel Pacheco

Henrique Raposo analisa os resultados das eleições legislativas em Espanha que ditou a vitória, sem maioria absoluta, do PP de Alberto Nuñez Feijoó .

O comentador da Renascença, Henrique Raposo considera que são “boas notícias” o reforço do centro político espanhol após as eleições deste domingo.

Para o analista, houve um “enfraquecimento dos extremos”, o que “vem travar a ideia de que iriamos ser todos engolidos por um radicalismo de esquerda ou de direita”.

Depois da vitória do PP, embora sem maioria absoluta, “Sanchéz poderia sair de mansinho e até permitir um regresso à normalidade democrática a Espanha”, defende o comentador.

“Há uma chantagem implícita do Sanchéz quando diz que o bloco da direita foi derrotado. Não há aqui bloco de direita nenhum. Há um centro-direita e uma direita franquista. O PP está a secar o Vox. Há que premiar o PP”, acrescenta.

No entanto, Henrique Raposo alerta para o risco de “se alimentar o Vox novamente”.

“O PSOE pode governar com os seus radicais. E o PP não pode governar com os seus radicais?, questiona o comentador. “Há aqui dois pesos e duas medidas que alimentam a extrema-direita”, considera.

“Se o Sanchéz vai por esse caminho, negociando com ex-terroristas e nacionalistas que querem fragmentar a Espanha. Como podes querer governar um país com pessoas que o querem destruir? É uma contradição constitucional”, remata.

Os resultados das legislativas em Espanha estão a dificultar a formação de um governo, uma vez que nem o bloco de direita, nem o de esquerda conseguiram a maioria absoluta.

O PP venceu as eleições ao conseguir 136 deputados, seguido do PSOE com 122. O Vox ficou em terceiro lugar com 33 lugares e o Sumar em quarto com 31 lugares.