O Ministério da Defesa da Rússia indicou nesta terça-feira que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas visitou a região ucraniana ocupada de Zaporijia, uma rara reaparição pública do general Valery Guerasimov após a tentativa de rebelião do grupo Wagner.
Guerasimov, segundo informações divulgadas pelas autoridades russas, mas não confirmadas de forma independente, visitou hoje as tropas no posto de comando avançado em Zaporijia, região anexada por decreto pela Rússia em setembro de 2022 e epicentro da contraofensiva ucraniana iniciada nas últimas semanas.
No local, o comandante do destacamento russo na área, coronel general Alexander Romanchuk, informou Guerasimov sobre a situação na frente de batalha e discutiu "a natureza das ações do inimigo e o desempenho das missões de combate das tropas russas", segundo um comunicado publicado na rede social Telegram.
Guerasimov, adiantou a mesma fonte, instou as tropas em Zaporijia a antecipar possíveis ofensivas ucranianas com "ataques preventivos" e operações de contraofensiva.
Esta é uma das raras aparições públicas de Guerasimov após a tentativa de rebelião do grupo Wagner, organização de mercenários que no final de junho protagonizou, sob liderança de Yevgeny Prigozhin, uma marcha em direção a Moscovo com a intenção de derrubar a liderança militar do país, sobretudo o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, nomeou Guerasimov como comandante das forças russas em janeiro, substituindo o general Serguei Surovkin, que também não é visto em público desde a rebelião de Prigozhin.
Surovkin é apontado como crítico do ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e o próprio Guerasimov pelo curso que a guerra na Ucrânia tem vindo a seguir.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.