O Movimento de Utentes do Serviço de Saúde considera “positiva” a criação de mais sete Unidades Locais de Saúde (ULS), medida que foi anunciada esta segunda-feira pela direção executiva do SNS.
No entanto, o porta-voz do movimento confessa que a norma “já devia ter sido posta em prática há mais tempo” e sublinha que, agora que foi anunciada, tem de entrar em atividade “urgentemente”.
Manuel Vilas Boas acredita que a criação de novas Unidades Locais vai permitir responder ao “descalabro” de haver um milhão e 500 mil portugueses sem médicos de família e vai, de igual modo, “aliviar o que se passa nas urgências hospitalares”, já que há muita procura por parte de utentes com patologias que podem ser “perfeitamente resolvidas nas ULS”, acrescenta.
Da mesma opinião é o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, que saúda a criação das novas ULS, mas admite, também, que “este trabalho de integração já poderia ter sido feito há mais tempo”, de forma a dar uma “resposta mais articulada” durante a pandemia.
Contudo, o presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública defende que “temos de perceber as vantagens deste modelo e abraçá-lo de uma forma bastante positiva”, porque será uma mais-valia na saúde da população.
Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo são, para já, as regiões abrangidas pelas novas ULS, que passam, assim, a ser 27 em todo o país, garantindo a resposta em saúde a mais de metade da população portuguesa, segundo a direção executiva do SNS.
Dez anos depois da criação da última Unidade Local de Saúde, a direção executiva diz que vamos assistir a uma “revolução no processo”, que vai acompanhar a conclusão das Administrações Regionais de Saúde, processo esse que deverá ficar concluído até ao final deste ano.