Tensão na Ucrânia. NATO anuncia reunião de emergência com Kiev
22-02-2022 - 16:40
 • Marta Grosso com agências

Vai decorrer ainda nesta terça-feira e terá direito a conferência de imprensa no final. O anúncio surge na mesma altura em que Putin pede autorização para usar força militar no estrangeiro.

A NATO anunciou uma reunião de emergência dos embaixadores dos 30 países membros com o representante da Ucrânia, ainda nesta terça-feira, na sequência do reconhecimento pela Rússia das autoproclamadas repúblicas do Donbass.

O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, vai dar uma conferência de imprensa, na sede da organização, em Bruxelas, após esta reunião extraordinária da comissão NATO-Ucrânia, onde serão discutidos os próximos passos na procura de resolução da crise.

Após ter reconhecido como independentes os territórios ucranianos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass, na segunda-feira, Moscovo esclareceu hoje que o reconhecimento se refere ao território ocupado quando as autoproclamadas repúblicas proclamaram esse estatuto em 2014, o que inclui espaço atualmente detido pelas forças ucranianas.

Além de ter assinado os decretos relativos ao reconhecimento de Lugansk e de Donetsk, Putin anunciou que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios ucranianos em missão de "manutenção da paz".

A decisão foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

Nesse ano, começou a guerra no Donbass entre separatistas pró-russos apoiados por Moscovo e o exército ucraniano, que provocou, desde então, mais de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo a ONU.

“Tudo indica que a Rússia planeia um ataque em grande escala”, diz Jens Stoltenberg, para quem este é o objetivo desde o reconhecimento da independência dos enclaves separatistas.

“Todas as indicações são de que a Rússia continua a planear um ataque em grande escala à Ucrânia”, reforçou nesta terça-feira, em declarações à comunicação social, reforçando o apelo ao recuo. “Nunca é tarde demais para não atacar”.

Nesta terça-feira à tarde, Vladimir Putin pediu e conseguiu autorização do Parlamento para usar a força militar no estrangeiro, decisão que tem efeitos imediatos.