A Santa Sé anunciou esta terça-feira a realização de uma missa pela paz na Península Coreana, no próximo dia 17 de outubro.
A missa será celebrada na Basílica de São Pedro pelo cardeal secretário de Estado de Vaticano, exatamente na véspera da audiência do Papa com o Presidente da Coreia do Sul, que fará chegar a Francisco um convite para visitar a Coreia do Norte, em 2019.
Os apelos ao diálogo para a paz da península têm sido uma constante e foram sublinhados de forma veemente pelo próprio Papa Francisco quando foi a Seul em 2014 e em sucessivas mensagens durante as mais recentes cimeiras sobre a paz na península.
Da parte das coreias foram feitos dois comunicados sobre este convite de Kim Jong-un. Do lado de Seul, o porta voz do presidente Moon informa que o líder da Coreia do Norte se reuniu com o arcebispo Kim Hee-Jong, presidente da conferencia episcopal coreana, o que leva a concluir que os bispos da região já conhecem o convite que vai chegar às mãos do Papa no próximo dia 18.
Do lado de Pyongyang, o porta-voz para o Ocidente já declarou que o convite tem no horizonte o estabelecimento de relações diplomáticas com a Santa Sé e a assinatura de um acordo de paz.
A Coreia do Norte reprime qualquer tipo de manifestação religiosa, perseguindo com particular dureza o cristianismo. Não há registo oficial do número de católicos no país, e pode nem haver qualquer comunidade, devido à perseguição de que foram alvo ao longo das últimas décadas. Contudo, nem sempre foi assim. Pyongyang chegou a ser conhecida como a Jerusalém do Oriente, tamanha era a sua comunidade católica. Atualmente sabe-se que existem algumas igrejas protestantes que funcionam clandestinamente, com raízes entre as comunidades evangélicas na China.
A Coreia do Norte sugere mesmo que a passagem do Papa por Pyongyang possa ser incluída na possível visita ao Japão em 2019, já referida pelo próprio Francisco numa recente audiência a um grupo de japoneses.
A visita ao Japão ainda não foi oficializada pela Santa Sé, mas sabe-se que Francisco a pretende efetuar. Esta terça-feira também foi anunciado pelo cardeal Désiré Tsarahazana, arcebispo de Tamisoana, no Madagascar, que o Papa quer visitar aquela ilha no Oceano Índico, o que poderá acontecer juntamente com uma viagem a Moçambique, uma vez que se trata do país do continente africano mais próximo.