Putin admite invadir a Polónia "apenas num cenário" de legítima defesa
09-02-2024 - 01:14
 • Ricardo Vieira, com Reuters

Em entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, o Presidente russo falou sobre a guerra na Ucrânia e admitiu libertar um repórter do "Wall Street Journal", acusado de espionagem.

A Rússia vai continuar a lutar pelos seus interesses, mas não tenciona expandir a guerra da Ucrânia a outros países, como a Polónia ou a Letónia. A garantia foi deixada pelo Presidente Vladimir Putin numa entrevista ao jornalista conservador norte-americano Tucker Carlson.

Questionado se consegue imaginar um cenário em que a Rússia possa invadir a Polónia, um país da NATO, Vladimir Putin respondeu que um ataque só aconteceria em legítima defesa.

"Apenas num cenário, se a Polónia atacasse a Rússia. Porquê? Porque nós não temos qualquer interesse na Polónia, na Letónia ou em qualquer outro lugar. Porque faríamos isso? Simplesmente, não temos nenhum interesse nenhum", garantiu.

Realizada em Moscovo, esta foi a primeira entrevista do Presidente russo a um jornalista norte-americano desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

Vladimir Putin tentou justificar a invasão da Ucrânia com razões históricas, numa altura em que a guerra se encontra num impasse.

Na conversa com Tucker Carlson, jornalista próximo do ex-presidente dos EUA Donald Trump, Vladimir Putin admitiu ainda a possibilidade de libertar o jornalista Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, por troca com um prisioneiro russo.

Putin revela que as autoridades de Moscovo e Washington estão a discutir uma troca de prisioneiros e foram feitos alguns progressos.

O Presidente russo sugeriu que Evan Gershkovich, que foi detido por suspeitas de espionagem, seja trocado por Vadim Krasikov, um russo condenado na Alemanha pelo assassinato de um dissidente tchetcheno, em Berlim.

A entrevista foi transmitida no site de Tucker Carlson, antigo jornalista da Fox News.