Governo não vai limitar celebrações do 13 de Outubro
14-09-2020 - 23:26
 • Renascença

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, salienta que há liberdades que devem ser preservadas e elogia o papel da Igreja Católica no contexto da pandemia da Covid-19.

O Governo afasta qualquer possibilidade de limitar as celebrações do 13 de Outubro, em Fátima. A garantia é da ministra da Presidência.

Em entrevista à TVI, Mariana Vieira da Silva salienta que o Governo não tem "nenhumas condições" para limitar eventos políticos ou religiosos, "porque fazem parte de liberdades que também temos de preservar". Nesse sentido, a ministra elogia o papel da Igreja Católica no contexto da pandemia da Covid-19 e sublinha que a resposta à enorme afluência ao Santuário, no domingo, foi adequada.

"Não se pode apontar à Igreja Católica nada que não tenha sido uma extrema colaboração em todas as cautelas que precisávamos de ter, encerrando praticamente todas as atividades antes do tempo em que tal foi estabelecido. O que aconteceu [no domingo], de acordo com as autoridades responsáveis, foi um ajuntamento inesperado. Foram fechadas as entradas a partir desse momento", esclarece.

Mariana Vieira da Silva lembrou que "não há nenhuma regra que o Governo possa definir" que liberte cada um de atuar "de forma consciente".

"Aquilo que faremos é acompanhar as cerimónias [do 13 de Outubro], na medida em que as próprias instituições, muitas vezes, e muitas tenham feito isso, recorram à ajuda à colaboração do Estado para essa organização. Estou certa, depois do que aconteceu, que nos próximos eventos essa articulação também vai ser feita", salientou.

"Se há sítio seguro é a escola"


Nesta entrevista à TVI, horas antes de o país entrar em situação de contingência, Mariana Vieira da Silva reconheceu que Portugal está pior do que há 15 dias no que toca à resposta à pandemia do novo coroanvírus.

A ministra da Presidência disse, também, em resposta a críticas da Fenprof, que as escolas estão preparadas para receber os alunos:

"Desde julho que as escolas estão a trabalhar para receber as crianças e os jovens. Os próprios diretores de escolas dizem que têm condições para fazer o trabalho. Para muitas crianças do nosso país, o sítio mais espaçado, mais seguro e mais limpo é mesmo a escola. Se há sítio seguro e que está a trabalhar para ter todas as condições, esse sítio é a escola. Não podemos aceitar essa ideia de que as escolas não estão preparadas."