A Cáritas Internationalis exorta a comunidade internacional para que promova uma resposta humanitária urgente para fazer face ao sofrimento da população no Afeganistão.
Em comunicado, a confederação internacional da Cáritas “pede aos decisores para que tomem todas as medidas necessárias para garantir o acesso humanitário à população necessitada, acesso que não pode ser obtido a menos que todos os membros do Conselho de Segurança falem com uma só voz no apoio às necessidades humanitárias votando por esta exceção”.
Segundo a instituição da Igreja, o Afeganistão “atravessa a pior crise humanitária dos nossos dias” na sequência de “duas décadas de guerra prolongada e violência, do impacto das mudanças climáticas e do efeito da Covid-19, agravado pela agitação política”.
“Em 2021, a violência intensificou-se e espalhou-se por todo o país, forçando cerca de 650.000 afegãos a deixarem os seus campos e as suas cidades. O impacto do conflito sobre as mulheres e as meninas tem sido particularmente devastador – 80% de todos os deslocados à força no Afeganistão são mulheres e crianças”, denuncia a Cáritas.
O organismo da Igreja Católica refere ainda que “o caos que se vive atualmente conduziu a população afegã a uma das piores situações humanitárias que levaram a uma grande crise humanitária”.
“Hoje, milhões de vidas estão em perigo, e a sua mera sobrevivência está em jogo. Crianças e idosos estão a morrer de fome”, alerta a Cáritas, temendo que “a dura temporada de inverno que se aproxima”, coloque em “risco terrível a vida de milhões de afegãos”.
“Se não se agir agora, há um risco real de fome no próximo ano. Mais de um milhão de crianças correm o risco de morrer”, alerta.
A confederação internacional da Cáritas, que congrega 162 organizações da Cáritas, está a garantir apoio humanitário à população afegã e “está altamente preocupada com a situação atual, especialmente com as crianças inocentes, cujas vidas estão em perigo”, lê-se no comunicado.