Pelo menos oito padres suspensos este ano já voltaram ao ativo em quatro dioceses do país. Dos 14 padres suspeitos após a entrega do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja, seis não regressaram, de acordo com números divulgados esta segunda-feira pelo Jornal de Notícias.
Segundo o jornal, nas dioceses de Lamego, Porto e Guarda, todos os seis padres que tinham sido afastados retomaram o exercício do ministério. Já em Lisboa, regressaram dois dos quatro afastados.
A diocese do Porto, foi a única que respondeu ao JN e explica que a decisão se deveu à falta de provas e ao arquivamento dos processos.
Évora, Braga e Angra, mantém os membros do clero suspensos enquanto aguardam a conclusão dos processos canónicos e penais.
Em Angra, a diocese afastou dois sacerdotes após a apresentação do relatório da Comissão Independente e, no final deste verão, afastou ainda um acólito “por comportamento indevido com uma menor”, tendo remetido denúncia ao Ministério Público.
Na diocese de Viana, um padre que constava da lista recebida no início do ano foi dispensado pela Santa Sé.
Segundo o levantamento feito pelo jornal, apenas as dioceses de Vila Real e Porto asseguraram apoio psicológico às vítimas.
O grupo VITA, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa, e coordenado pela psicóloga Rute Agulhas, deverá apresentar esta terça-feira o primeiro relatório de atividades e o Manual de Prevenção da Violência Sexual contra Crianças e Adultos Vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, que visa aumentar a proteção das vítimas de abusos sexuais no seio da Igreja Católica.
Nos seus primeiros seis meses de funcionamento, o grupo VITA recebeu 62 denúncias de abusos sexuais contra crianças e adultos vulneráveis no seio da Igreja Católica, sendo que 14 destas situações foram sinalizadas à Procuradoria-Geral da República.