Jorge Moreira da Silva afirmou, esta quarta-feira, ser candidato à liderança do PSD com o objetivo de renovar o partido e assumiu como objetivo clarificar a natureza com outros partidos. Assim, se for líder não vai haver espaço para negociações com o Chega, um partido que considera populista e xenófobo.
"É, pois, chegada a hora de renovar o PSD, de reformar a política e de liderar o crescimento sustentável em Portugal. Considero que sou o militante que está em melhores condições de protagonizar esse desígnio", afirmou o candidato, na apresentação que decorreu num espaço em Monsanto (Lisboa), e que contou apenas com a presença como convidados da mulher, do filho mais velho e de "um amigo há mais de 30 anos", Miguel Goulão.
O antigo vice-presidente do PSD anunciou cinco compromissos para a sua candidatura, sendo o primeiro "atualizar as linhas programáticas do PSD e clarificar natureza do relacionamento com os outros partidos".
Recorda que alertou, "em tempo útil, de forma praticamente isolada", para "os riscos de ambiguidade na relação com o Chega", ao pedir um Congresso extraordinário quando o PSD fez um acordo com este partido nos Açores.
"O resultado das eleições legislativas confirma que tinha razão. Lamento que, em 2020, muitos tenham ficado convenientemente calados e, ainda pior, venham agora definir o PSD como "a casa comum dos não socialistas"", afirmou, num "recado" para o adversário interno Luís Montenegro, que na apresentação da candidatura disse querer fazer do PSD a casa-mãe do espaço não socialista.
"Comigo, não. Na casa do PSD não cabem racistas, xenófobos e populistas", afirmou, assegurando que não admitirá "em qualquer circunstância dialogar e negociar com forças populistas e extremistas".
Quanto às diferenças para com o PS, defende que "mais do que uma estéril e obsoleta discussão sobre o posicionamento do PSD como um partido de centro ou um partido de direita, é fundamental, num contexto em que o país tem sido liderado por forças conformistas, posicionar o PSD como o espaço amplo que une todos os reformistas e que agrega social-democratas e liberais-sociais".
"Que se distingue do PS, pela vocação reformista, pela valorização da iniciativa privada, pelo reconhecimento do mérito, pela defesa de um Estado - transparente e eficiente - que sirva os cidadãos e que tenha uma dimensão compatível com o nível de impostos que é aceitável cobrar e com os limites da sustentabilidade da dívida", afirmou.
E, por outro lado, que se distingue de outros partidos à direita com representação parlamentar "por não ser um partido de nicho, com reservas quanto ao combate às alterações climáticas e ao papel essencial do Estado na provisão de serviços universais na saúde e na educação".
O outro candidato às eleições diretas, de 28 de maio, é Luís Montenegro.