O primeiro-ministro português, António Costa, fez um balanço positivo do acordo de mobilidade dentro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e salientou que a maioria dos pedidos de vistos foram atendidos.
Desde que entrou plenamente em vigor o acordo, "cerca de 70% dos vistos pedidos estão a ser concedidos" e a morosidade da burocracia "tem vindo a reduzir", disse o socialista à agência Lusa em Adis Abeba, onde participa como convidado na 36.ª cimeira da União Africana.
Confrontado com as críticas aos problemas no acesso aos vistos por parte de muitos cidadãos nacionais da CPLP, António Costa explicou que o "acordo visa reduzir muito essa burocracia".
Afirmando que este era um seu objetivo desde que é primeiro-ministro, o governante defendeu que era necessário "completar o pilar político e o pilar económico da CPLP com um pilar de cidadania que tivesse a ver com a vida de todos".
"Neste momento, todos os países da CPLP já depositaram o acordo na sede da CPLP [...]. Nós próprios já adaptámos a nossa lei de imigração a esse acordo de mobilidade e os primeiros números que vamos tendo da aplicação demonstram como efetivamente conseguimos construir canais de imigração e de circulação", afirmou, recordando que esta solução não visa apenas quem procura trabalho em Portugal.
"Muitas vezes as viagens são para visitar familiares, para consultas médicas ou para uma intervenção na área da saúde, para estudar ou para investir", exemplificou, salientando que se está a "conseguir criar essa dinâmica de circulação dentro do espaço da CPLP".
Hoje foram anunciadas pelo ministro da Administração Interna português novas medidas para quem vem da CPLP e quer ficar em Portugal.
"Relativamente a todos os cidadãos da CPLP que se decidam instalar e residir em Portugal aquilo que nós decidimos generalizar a todos foi a boa experiência que pusemos em prática em situação de emergência concreta, extraordinária, para os refugiados oriundos da Ucrânia [e que passará a ser] a regra para todos os nacionais da CPLP que residam em Portugal", explicou António Costa, que elogiou a opinião pública portuguesa por não se deixar cair em discursos xenófobos ou anti-imigração.