O primeiro-ministro português avisou esta quarta-feira que a União Europeia precisa de "arrumar a casa" antes de aceitar novos Estados-membros para além da Ucrânia.
Em vésperas do Conselho Europeu em Bruxelas, António Costa voltou a sublinhar que, para se avançar com o alargamento do bloco, são precisas reformas comunitárias.
"É importante reafirmar que, para além da Ucrânia ter de cumprir os critérios de adesão, é sobretudo a União Europeia que tem de se interrogar sobre a necessidade de fazer as reformas institucionais e orçamentais para que tenha capacidade de as expectativas que criou não se traduzirem numa frustração amanhã", indicou o chefe do Governo no Parlamento, no debate de preparação do Conselho Europeu.
Para Costa, é um pouco como "quando queremos receber pessoas em casa", indicando que é a UE que precisa de garantir que está preparada para acolher novos Estados-membros.
Zelensky em Bruxelas
A reunião de amanhã em Bruxelas vai contar com a presença do Presidente da Ucrânia, que esta quarta-feira esteve em Londres e em Paris, naquela que é a sua segunda viagem ao exterior desde a invasão russa da Ucrânia há quase um ano.
Para Costa, a presença de Volodomyr Zelensky permitirá "debater em conjunto não só o processo de apoio à Ucrânia para continuar a fazer o frente à agressão por parte da Rússia, mas também as perspetivas europeias [da adesão] da Ucrânia".
Combate à inflação
O primeiro-ministro destaca ainda como ponto-chave do Conselho Europeu de amanhã a resposta ao aumento da inflação e à crise e pretende sublinhar que as ajudas de Estado não podem comprometer o mercado único.
"Ajudas de Estado sim, de um modo temporário, focado e proporcional, complementadas com medidas de mitigação", indicou Costa, enumerando algumas das propostas que Portugal vai defender no encontro com os parceiros -- entre elas a criação de um fundo comum e "uma política comercial mais ambiciosa, que concretize os acordos há muito tempo por concretizar, entre a UE e outros parceiros económicos à escala global".