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A Ordem dos Médicos criticou esta segunda-feira a decisão da Direção-Geral de Saúde (DGS), de autorizar apenas a vacinação de adolescentes entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades ou com justificação médica, dependendo sempre da vontade dos pais.
Em comunicado, a Ordem disse que a comunicação da DGS foi contraditória, por numa fase inicial ter sido dito que "a norma começa por limitar o acesso à vacina contra a Covid-19 (...), justificando-se que para um eventual alargamento será necessária mais evidência científica", mas, mais tarde, a DGS refere que "desde que haja indicação médica, qualquer adolescente poderá ter acesso à vacina".
"Ou seja, já não interessa a evidência científica", concluiu a Ordem.
O organismo profissional, liderado por Miguel Guimarães, salienta ainda que a medida "cria desigualdades entre as famílias que conseguirão ter acesso a essa mesma prescrição e as que não terão, sobretudo numa altura em que o acesso à saúde tem estado muito condicionado".
A Ordem pede também uma "rápida revisão desta norma, no sentido de esclarecer a mesma e reforçar a confiança na evidência científica e na ampla experiência já existente".
"Neste primeiro dia da semana, já chegaram à Ordem dos Médicos relatos de aumento de contactos com os centros de saúde de pessoas interessadas em vacinar os filhos nestas idades", nota a entidade.
E, sobre os profissionais de saúde em si, a Ordem dos Médicos acrescenta que há confusão entre quem tem de vacinar os jovens, "com alguns especialistas a saudarem a norma, mas a virem, mais tarde, criticar este acesso condicionado".
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou a decisão sobre a vacinação dos jovens entre os 12 e os 15 anos, depois do primeiro-ministro ter pressionado a DGS para autorizar o processo, de modo a acelerar a vacinação em Portugal.
O Presidente da República veio adicionar alguma confusão, ao dizer que a vacinação a jovens sem comorbilidades não estava proibida e que "esse espaço continua aberto à livre escolha dos pais".