O padre Cruz está no coração dos portugueses, é um caso de “santidade evidente” e o processo de “canonização andará depressa”, disse esta quinta-feira o cardeal patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente falava à Renascença à margem da sessão de clausura do processo de beatificação do padre Cruz, na igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.
“O encerramento da fase diocesana do processo de canonização do padre Cruz é um momento muito importante e bonito, porque se há santidade evidente em todo o povo português é esta do padre Cruz”, começou por sublinhar o cardeal.
D. Manuel Clemente destaca o estilo de proximidade do sacerdote Francisco Rodrigues da Cruz, que esteve sempre junto dos mais pobres e desvalidos da sociedade, como o Papa Francisco.
“É difícil encontrar alguém que tenha calcorreado tanto as terras portugueses do continente e ilhas e tenha deixado tanta recordação viva do que disse, do que fez, dos sítios onde procurava a pobreza, os hospitais, as cadeias, a pregação em gera… É difícil encontrar uma ilustração tão viva daquilo que foi há dois mil anos a vida de Jesus, por aquelas terras da Galileia até Jerusalém, como esta do padre Cruz.”
O cardeal patriarca de Lisboa acredita que o Papa Francisco, quando tiver acesso ao processo de beatificação, ficará sensibilizado pela obra do padre Cruz.
“É realmente uma santidade evidente e eu creio que, quando o Papa Francisco, que hoje faz anos, souber de mais perto o que foi o itinerário do padre Cruz, que também se fez Jesuíta como o Papa, a canonização andará depressa, porque no coração dos portugueses já cá está há muito tempo”, sublinha D. Manuel Clemente.
Após a clausura, o processo este será apresentado à Congregação para as Causas dos Santos pelo postulador da Companhia de Jesus, padre Pascual Cebollada.
O processo de canonização do Padre Cruz teve início a 10 de março de 1951 e a fase diocesana decorreu até 18 setembro de 1965. Mais tarde, “sendo necessário completar aquele processo com os elementos requeridos pelas novas normas para a instrução dos processos de canonização”, foi nomeado um novo Tribunal, em setembro de 2009.