O proeminente cientista nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh foi assassinado em resultado de um ataque armado, avança a agência de notícias estatal do Irão.
Mohsen Fakhrizadeh morreu esta sexta-feira em Absard. Ainda foi levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
“Infelizmente, os médicos não conseguiram reanimá-lo. Este coordenador e cientista atingiu o estatuto elevado de martírio depois de anos de esforços e luta”, refere um comunicado das forças armadas iranianas, citado pelos media estatais.
Os responsáveis pelo ataque contra a vida de Mohsen Fakhrizadeh ainda não são conhecidos, mas as autoridades iranianas já prometeram vingança e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif fala mesmo num "ato de terrorismo de estado".
"Atacaremos os assassinos deste mártir oprimido e faremos com que eles se arrependam da sua ação", avisou o comandante militar Hossein Dehghan, numa mensagem publicada no Twitter.
A agência Reuters adianta que o gabinete do primeiro-ministro de Israel, rival do Irão, não comenta a notícia da morte do cientista nuclear.
Israel considera que o programa nuclear do Irão é uma ameaça direta à sua própria existência e tem feito os possíveis para boicotar os esforços iranianos ao longo dos anos, fazendo dos serviços secretos israelitas os principais suspeitos neste ataque.
O Irão insiste que o seu programa nuclear é pacífico, mas os rivais acusam-no de estar secretamente a perseguir uma arma núclear que o tornaria uma potência regional incontestada.
Independentemente da autoria do assassinato de Fakhrizadeh, uma das consequências será certamente o aumento da tensão entre Teerão e Washington, numa altura em que os Estados Unidos se encontram em fase de transição entre a administração de Donald Trump e de Joe Biden.
Donald Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear internacional que visava dar contrapartidas ao Irão na condição de não usar o seu programa nuclear para fins militares. Washington argumentou, com o apoio de Israel, que as contrapartidas eram inúteis uma vez que Teerão mantinha intactos os seus planos militares. Joe Biden já disse que a sua administração irá regressar ao acordo, para revolta de Israel, mas a instabilidade gerada pelo assassinato do cientista Mohsen Fakhrizadeh poderá alterar essa previsão.
[Notícia atualizada às 18h29]