As bandeiras do PSD que estavam encostadas às cadeiras assim ficaram, quietas. Os apoiantes que acompanharam a noite eleitoral escutaram Paulo Rangel durante pouco mais de 15 minutos a fazer um forte apelo à unidade do partido, porque as eleições legislativas são já daqui a dois meses.
“Eu estarei empenhado e todos aqueles que me apoiaram mais de perto e todos os militantes que votaram em mim estarão determinados em que o PSD possa ter uma excelente vitória em janeiro”, referiu Paulo Rangel, que disse mesmo que estará na campanha eleitoral “com todo o gosto”.
Ao longo da noite, os apoiantes de Paulo Rangel foram mostrando sinais da derrota e pouco passava das 21h30 quando a candidatura do eurodeputado reconhecia a vitória de Rui Rio.
Minutos depois, Rangel entrou na sala, apelou à unidade do partido e garantiu que tinha razão ao defender a realização das diretas antes das eleições legislativas, porque, desta forma, “Rui Rio tem agora uma liderança reforçada e essa legitimidade vai ser benéfica, porque vai ter consequências positivas para o PSD nas legislativas de janeiro”, concluiu.
Paulo Rangel não quis dizer o que falhou nesta candidatura porque não é a altura para fazer análise. Já Pedro Pinto, antigo líder da distrital de Lisboa, dizia aos jornalistas que Rui Rio diz que ganha sempre à tangente, mas ganha.
Esta é a segunda vez que Paulo Rangel sai derrotado nas eleições à liderança do PSD e garante que para já “não antevê uma terceira candidatura”.
Rui Rio acabou por vencer a maioria das distritais, 10 e ainda Madeira e Açores, aliás Rio tem a maior votação nos Açores com 77% dos votos.
O líder do partido que venceu as eleições com 52,43% dos votos ganhou ainda em Braga e no Porto, as duas maiores distritais do partido. Paulo Rangel teve 47,57% dos votos. A abstenção foi de 21%.