Francisco vai falar sempre em espanhol durante a sua visita a Portugal. A única exceção será o seu primeiro discurso às autoridades, reunidas no CCB, em que a língua escolhida é o italiano.
No habitual briefing que antecede as viagens papais, organizado pela Sala de Imprensa do Vaticano, os jornalistas ficaram esta quinta-feira a saber os detalhes dos cinco dias da visita do Papa a Portugal, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
O diretor, Matteo Bruni, não apresentou razões para a opção do Papa pela língua espanhola, considerando apenas que, “muito provavelmente é a língua em que se sente mais confortável”.
Bruni sublinhou que haverá tradução simultânea das palavras do Papa que os jovens podem seguir tudo sintonizando um pequeno transístor que trazem na mochila. Acrescentou ainda que as várias intervenções do Papa vão constituir uma “grande catequese”, com atenção aos “medos e sonhos” dos jovens e denunciando tentativas de “explorar” as novas gerações, mesmo virtualmente.
“O Papa conhece a cultura portuguesa, os seus escritores, artistas e cantores”, sublinhou o porta-voz do Vaticano, referindo como exemplo, Fernando Pessoa e José Saramago.
Na quinta-feira de manhã, em Cascais, na sede da Scholas Occurrentes, o Papa vai ouvir três testemunhos de três jovens de religiões diferentes e assina uma faixa artística de três quilómetros, pintada pelos utentes deste projeto formativo, como preparação da visita.
E na sexta-feira, na Serafina, destaque para o encontro do Papa com responsáveis do centro paroquial deste bairro e também da “Ajuda de Berço” e da Associação “Acreditar”.
Questionado sobre um eventual encontro de Francisco com jovens ucranianos e jovens russos, bem como com vítimas de abusos sexuais, Matteo Bruni afirmou que esses encontros “não estão fora de hipótese”, mas “se acontecerem, serão sempre de forma reservada” e só divulgados posteriormente.
No sábado, 5 de agosto, Francisco vai a Fátima rezar pela paz “num mundo em guerra”. Além de rezar o terço com os jovens doentes, haverá um discurso e uma oração especial. E o Papa vai oferecer ao santuário um terço de ouro.
A delegação que acompanha o Papa desde Roma vai contar com a equipa médica “de sempre” e, desta vez, o séquito incluirá também o cardeal português D. José Tolentino de Mendonça.