A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) anunciou este domingo que vai pedir uma audição à comissão parlamentar de Orçamento e Finanças e vai continuar, até ao final do ano, com protestos contra as políticas do Governo.
Num comunicado enviado à Lusa, o maior sindicato da Polícia de Segurança Pública refere que vai continuar até ao final do ano com vários protestos “contra o atual estado de sítio governamental e contra as políticas isentas de diálogo deste Governo”.
A ASPP avança também que vai pedir uma audição em sede da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças no dia 28 de outubro, o dia útil imediatamente após a votação na generalidade do Orçamento do Estado (OE) para 2023.
Este pedido de audição surge após a ASPP ter analisado o OE para 2023 e de o ministro da Administração Interna ter anunciado os aumentos previstos para os polícias para o próximo ano, que rondam os 100 euros para os agentes nas primeiras posições remuneratórios e os 52 euros, idêntico ao dos restantes trabalhadores da função pública, para o restante efetivo.
A ASPP considera estes aumentos para os polícias “manifestamente insuficientes”, tendo em conta que a tabela remuneratória não é alterada já há alguns anos e a perda do poder de compra.
Para este sindicato da PSP, o atual processo de aumentos salariais foi discutido e negociado à margem da ASPP/PSP, tendo sido discutidos com os sindicatos das carreiras gerais e não com as estruturas representativas dos profissionais da polícia.
“A mera comunicação dos aumentos salariais, feita pelo Ministério da Administração Interna, não é nem pode ser considerado um processo de negociação. Importa, isso sim, abrir um verdadeiro processo negocial quanto a carreiras, escalões remuneratórios, compensação do risco e reestruturação dos suplementos que responda aos anseios dos profissionais, que torne a carreira atrativa e melhore as condições de vida de quem garante os níveis de segurança existentes no país”, salienta a ASPP.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia vai participar, na sexta-feira, na vigília junto à Presidência da República organizada pela estrutura que congrega sindicatos e associações da PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE, e já admitiu organizar uma manifestação nacional em novembro em Lisboa.