O presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, foi apanhado de surpresa pela operação da Polícia Marítima, que está em curso desde a manhã desta quarta-feira na zona do Samouco e em que foram detidas quatro pessoas por suspeitas de tráfico de seres humanos.
Ao todo, foram identificados 243 imigrantes pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) na operação às redes criminosas associadas à captura ilícita, comércio e tráfico internacional de bivalves e também à exploração laboral e que tem o seu epicentro na zona do Samouco.
À Renascença, Fernando Pinto diz que a preocupação é encontrar alojamento para mais de uma centena de pessoas que não têm onde ficar. “Desconhecia a operação. Não tinha nada planeado”, refere, indicando que sejam “à volta de 120 pessoas” que necessitam de alojamento.
“Há quem sugira a instalação de uma depuradora. No entanto, isso pode não resolver o problema. A depuradora não limpa os bivalves dos metais pesados e toxinas. Isto é muito mais complexo do que se possa imaginar”, diz.
O autarca sugere a criação de uma task-force que junte várias entidades públicas que permita encontrar uma solução para o problema.
Confrontado com as condições indignas em que estavam os mariscadores, diz que “não tinha conhecimento” e que está a trabalhar com as autoridades para perceber se os relatos são relativos a Alcochete ou Montijo.
Segundo o comunicado da Autoridade Marítima Nacional desta quarta-feira, estão empenhados nesta operação 161 agentes da Polícia Marítima, acompanhados por 22 inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), inspetores da Autoridade Tributária e cerca de uma centena de operacionais da PSP.