O ministro da Administração Interna confirmou esta quarta-feira no Parlamento que excluiu a prisão de Caxias, em Oeiras, do grupo de locais onde poderia vir a ser instalado um Centro Temporário de Acolhimento para imigrantes.
A hipótese estava a ser estudada - o próprio Eduardo Cabrita o anunciou no início de junho - mas as reações negativas que desencadeou levaram o ministro a recuar.
"Nunca esteve em causa, aliás, o que se quis evitar foi qualquer colocação numa área prisional. Mas eu sou particularmente sensível àquilo que é a dimensão simbólica da política pública. E percebo que essa dimensão simbólica torne totalmente indesejável esta solução, que não é prisional, que nunca seria. A situação hoje relativamente a essa solução está suspensa, está bloqueada e não é para continuar, e devemos encontrar outras soluções mais adequadas", explicou Cabrita.
O ministro acrescentou que, em estudo, vão continuar pelos menos três outros locais - alguns mais avançados como a Doca Pesca em Lisboa, ou uma antiga escola primária no concelho algarvio de Alcoutim.
Eduardo Cabrita explicou também que este tipo de centro que agora se procura criar será usado apenas em casos semelhantes aos dos desembarques de marroquinos na costa portuguesa.
Não são para requerentes de asilo, nem para refugiados, são para os casos de desembarques ilegais, que o ministro considera, aliás, um problema irrisório em Portugal.
"Nós tivemos seis chegadas com um total de 97 pessoas durante um ano e meio, o que é irrisório comparativamente com qualquer país da linha da frente europeia e, portanto, não consideramos isso um problema central, independentemente da valoração que outros fazem", salienta.