O Papa falou, nesta manhã de quarta-feira, sobre os protestos que decorrem nos Estados Unidos, após a “trágica morte” de George Floyd, e deixou um apelo à paz e à reconciliação nacional.
Na habitual audiência das quartas-feiras no Vaticano, Francisco condenou a onda de violência e destruição provocada pela morte deste afro-americano de 46 anos. “Não podemos tolerar nem fechar os olhos a qualquer tipo de racismo ou exclusão e pretender defender a sacralidade de cada vida humana”, sublinhou o Papa.
“Ao mesmo tempo, devemos reconhecer que a violência das últimas noites é autodestrutiva e derrotista. Nada se ganha com violência e muito se perde”, sublinhou.
Francisco disse unir-se à igreja de São Paulo, em Minneapolis, e a todos os cidadãos dos Estados Unidos, “em oração pelo repouso da alma de George Floyd e de todos os outros que perderam a vida por causa do pecado do racismo.”
O Papa convidou ainda os fiéis a rezar pelas famílias, amigos em luto e “pela reconciliação nacional e pela paz”, invocando a intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe da América, “por todos aqueles que trabalham pela paz e justiça na vossa terra e no mundo “.
As palavras de Francisco foram precedidas pelas intervenções dos bispos dos EUA que, nestes dias expressaram compreensão pela indignação da comunidade afro-americana e observaram como o racismo é tolerado há demasiado tempo e também como a violência é sempre autodestruidora.
O estado norte-americano do Minnesota apresentou uma queixa em matéria de direitos humanos contra o Departamento da Polícia de Minneapolis na sequência da morte do cidadão afro-americano numa intervenção policial a 25 de maio.
George Floyd, de 46 anos, morreu asfixiado devido à intervenção de um polícia que pressionou o seu joelho contra o pescoço da vítima durante vários minutos, mesmo depois de ela ter parado de se mexer.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.