Portugal muda critério de cura dos doentes Covid-19
25-04-2020 - 13:48
 • Eduardo Soares da Silva

Os doentes que não tenham sido internados apenas têm de fazer um teste com resultado negativo, e não dois como anteriormente.

Veja também:


A ministra da Saúde, Marta Temido, explicou este sábado, em conferência de imprensa, que o país alterou a metodologia como considera um doente de Covid-19 curado da doença.

A governante diz que foi atualizada a norma que determina o critério de cura, sendo que a mudança foi feita em linha com recomendações das instituições internacionais.

Graça Freitas completou os argumentos apresentados por Marta Temido para a alteração do critério: "Seguimos a literatura que saiu nos últimos dias, que indica que se os sintomas melhoraram e um teste deu negativo, é suficiente para assumir o negativo".

A partir de agora, considera-se assim livre de doença, caso curado, quem tenha tido sintomas resolvidos e ultrapassados e simultaneamente tenha testado negativo para Covid-19. A diferença em relação à situação anterior é que os doentes sem internamento hospitalar, necessitam de apenas um teste negativo após 14 dias de sintomas.

No entanto, aqueles que tiveram de ser internados mantém se criterio de dois testes, com um dia a separar as duas testagens.

Pessoas nas ruas causa preocupação

Graça Freitas confirma que há cada vez mais pessoas nas ruas e a não cumprir com o isolamento voluntário. A Diretora-Geral da Saúde pede muita cautela nas ações individuais.

"Há evidência que têm circulado mais pessoas nos últimos dias e volto a repetir: não podemos abrandar o nível de contenção. Mesmo que se faça o passeio higiénico, que nos faz bem, é preciso ser regrado. A ida para a rua não pode ser motivo de convívio. Muito cuidado na circulação de pessoas", diz.

A Ministra da Saúde esclarece que têm sido trabalhadas as medidas de desconfinamento, que representam uma luz ao fundo do túnel. No entanto, Temido diz a normalidade só será totalmente retomada quando existir uma vacina ou tratamento.

"Temos trabalhado intensamente na preparação de um possível desconfinamento. Não vamos erraficar a doença, ou seja, toda a agenda a ser preparada não significa que o problema foi ultrapassado, começamos a ver a luz ao fundo do túnel, mas ainda não estamos lá. A normalidade só será possível quando for encontrada uma vacina ou tratamento", diz.

Hospitais remarcam consultas suspensas

Marta Temido anunciou também que os hospitais vão começar a remarcar as consultas que foram suspensas durante o período da pandemia, com alguns centros a arranca já no início de maio, após o fim do estado de emergência no país.

"Esta semana reunimos com peritos para colher o seu parecer e com quase todos os hospitais públicos do SNS, menos o do Algarve. Vários hospitais já recomeçaram a reprogramar a atividade suspensa e têm calendário definido para a retoma. Retoma será gradual e faseada, em função do contexto epidemiológico da unidade de saúde", diz.

A governante explica que "o resto do mês será para consolidar a documentação, estatégia e medidas de segurança".