A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apela à oração pela cidade de Alepo, na Síria, que vive uma situação cada vez mais preocupante.
O padre Franciscano Ibrahim Alsabagh, numa mensagem enviada na terça-feira para a AIS, afirma mesmo que, “desde o início da guerra”, em 2011, “nunca a situação em Alepo esteve tão mal como agora”.
Alsabagh descreve uma situação em que, “os projecteis e as bombas caem sobre igrejas, mesquitas, escolas e hospitais”. Dá como exemplo um ataque recente ao hospital local, que causou 17 mortos, um número que poderá ainda vir a aumentar.
O medo é constante, diz o sacerdote, “inúmeras casas estão parcial ou totalmente destruídas” e “quando não caem as bombas, reina na cidade uma tranquilidade inquietante, como num cemitério”.
Só ficam os pobres
Desde o início da guerra civil que Alepo ficou dividida entre forças leais ao regime e forças de diferentes grupos rebeldes. Muitos já fugiram para outros locais na Síria, ou para o estrangeiro, e outros ainda tentam fazê-lo.
“Quem pode fugir, foge. Ainda no domingo passado, os caminhos de saída estavam cheios de pessoas que abandonavam a cidade. Só ficam os mais pobres, os que nem têm dinheiro para fugir”, diz o sacerdote.
Os padres que estão em Alepo, assim como algumas religiosas, procuram dar uma ajuda essencial apesar dos poucos recursos disponíveis. “Nós ajudamos como podemos”, diz o padre franciscano.
“A maior parte das pessoas vive em casas semidestruídas e nós procuramos, na medida do possível, repará-las e, graças ao apoio que recebemos de instituições como a AIS, procuramos distribuir alimentos, roupa, medicamentos, produtos de higiene e outros artigos de primeira necessidade. Agora precisamos mesmo de toda a ajuda possível do exterior, pois encontramo-nos numa situação de necessidade extrema.”
Em resposta a todos os apelos oriundos da Síria, em especial de Alepo, a AIS decidiu, no conjunto dos seus 21 secretariados internacionais, lançar aos seus benfeitores e amigos um apelo para que se unam em oração pela paz no país.
O padre Ibrahim Alsabagh pergunta: “Quando despertará de vez a comunidade internacional para se pôr fim a este novo Sarajevo?”