O Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) devolveu na segunda-feira uma pintura do holandês Salomon Koninck aos seus legítimos proprietários, uma família francesa judia.
"Um filósofo afiando a sua pena" é o nome da peça de arte, roubada há 75 anos pelos nazis em França, durante a Segunda Guerra Mundial, a Adolphe Schloss, um colecionador de arte francesa.
“Foi roubado no nosso território pela Gestapo e levado para Munique com a cumplicidade de colaboradores franceses”, explica o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, acrescentando que já “tinha perdido o rasto” à pintura.
O quadro foi entregue à família Schloss numa cerimónia realizada no consulado francês em Nova Iorque (EUA), que contou com a presença do ministro, acompanhado pelo procurador do distrito sul de Nova Iorque, Geoffrey Berman, e um representante do gabinete de investigação criminal do FBI em Washington, Michael Driscoll.
A obra finalmente se reencontrou com os seus donos, os herdeiros de Adolphe Schloss [um colecionador de arte francesa] e os seus cinco filhos, acrescentou o ministro.
Os bisnetos de Adolphe Schloss, Laurent e Michel Vernay, assim como sua nora, Eliane Demartini, descreveram a devolução da obra como uma "pequena vitória" e lembraram que ainda há muitas peças de arte roubadas que continuam desaparecidas.
O Governo de França garante que está a desenvolver esforços para acelerar a identificação e restituição de obras roubadas durante o regime de Hitler e destaca que mais de dois terços das 100.000 peças usurpadas pelos nazis foram encontradas logo após o fim do conflito.
O ministro francês ainda disse que a busca pelas pinturas nunca foi rendida. Acontece que, “com a passagem do tempo, as obras que foram escondidas pelos ladrões reaparecem no mercado, como ocorreu com a obra de Koninck”.
"Um filósofo afiando a sua pena" foi encontrado em 2017, quando o seu proprietário chileno, Renate Stein, contactou a casa de leilões Christie com a intenção de o vender em Nova Iorque, depois de a sua família o ter adquirido na Alemanha, nos anos 50.