O ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa vai mover uma ação cível contra o primeiro-ministro para que este se “retrate publicamente” de “afirmações injuriosas”, chamando como testemunha o Presidente da República.
Numa declaração à Lusa, o ex-governador indica não ter “ainda sido citado” para a ação cível movida pelo primeiro-ministro, António Costa.
Revela, no entanto, que já constituiu mandatários judiciais “tendo em vista a contestação especificada da referida petição cível, com simultânea dedução de pedido reconvencional contra o Dr. António Costa, para que publicamente se retrate das afirmações injuriosas que me dirigiu, assim repondo a verdade dos factos, arrolando eu próprio como testemunhas, entre outras, também as que o autor indicou, incluindo o senhor Presidente da República”.
O primeiro-ministro apresentou em 27 de abril uma ação cível contra o ex-governador do Banco de Portugal (BdP) Carlos Costa, na qual pede que seja condenado “a retratar-se das afirmações” sobre pressões relativas a Isabel dos Santos.
António Costa chamou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para testemunhar no processo civil contra o ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que acusou o primeiro-ministro de pressões políticas. A notícia foi confirmada pela Renascença junto do advogado do primeiro-ministro.
António Costa processou Carlos Costa por “ofensas à honra”, depois de ter sido acusado de “intromissão política” no caso do afastamento de Isabel dos Santos do banco BIC.
Segundo informa o Expresso, fonte ligada ao processo indica que o Presidente da República não é testemunha abonatória ou de acusação: “Foi-lhe pedido um depoimento sobre os factos relevantes da intervenção do Governo”.
Em novembro do ano passado, no dia em que o Observador fez a pré-publicação do livro "O Governador", do jornalista Luís Rosa, o primeiro-ministro prometeu que iria processar Carlos Costa por ofensa à sua honra e ao seu bom nome.