O Presidente da República alerta contra a indiferença e os “discursos oportunistas” numa mensagem alusiva ao Dia Mundial do Refugiado, que se assinala este domingo.
“Este ano sob o mote ‘Juntos cuidamos, aprendemos e vencemos’, o Dia Mundial do Refugiado é sobretudo um alerta pela inclusão, contra a indiferença. Indiferença que tantas vezes se traduz na linguagem fácil dos números”, refere o chefe de Estado, numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Para o Presidente da República, “embora os números impressionem”, já que “a cada dois segundos existe um deslocado no mundo”, a realidade dos refugiados “não trata de estatísticas”.
“Trata de pessoas, pessoas como nós, a quem devemos solidariedade como valor concreto e fundamental”, defendeu.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que a iniciativa das Nações Unidas de instituir este dia recorda a todos a importância e urgência de “um dever de cuidado”, que se “acentuou com a pandemia, pelas dificuldades acrescidas no acesso à saúde e à educação para os milhões de deslocados em todo o mundo”.
“Um dever de cuidado assente nos valores humanistas que nos caracterizam. Valores que se sobrepõem a discursos oportunistas ou a limitações impostas pelo momento presente”, alertou.
Marcelo refere que, sendo esta data universal, tem um significado especial para Portugal este ano.
“Os portugueses assinalam este ano com redobrado orgulho na renovação do mandato do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, antigo Alto-Comissário da ONU para os Refugiados, reafirmando a vocação de abertura e tolerância que sempre defendemos”, sublinha.
Guterres tomou posse na sexta-feira para um segundo mandato como secretário-geral da Organização das Nações Unidas, declarando-se um “multilateralista devoto” e “português orgulhoso”, e voltou a pedir distribuição de vacinas contra a Covid-19 como “prioridade mundial absoluta”.
António Guterres prestou juramento pela segunda vez em cinco anos à frente de uma organização com 193 Estados-membros, em Nova Iorque, após receber o apoio das potências do Conselho de Segurança, em 8 de junho.