Rui Rio "tem a baliza aberta", diz António Tavares
03-10-2017 - 11:58
 • Henrique Cunha

O provável candidato ao PSD/Porto, também provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, entende que Rio está perante uma "oportunidade flagrante", que será "a última", caso opte por não avançar.

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O social-democrata António Tavares, provável candidato à liderança do PSD/Porto, diz que Rui Rio está perante uma "oportunidade flagrante" para vir a assumir a liderança nacional do partido.

"Para usar linguagem futebolística, tem a baliza aberta", diz em entrevista à Renascença o também provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, mostrando-se convicto de que Rio, caso não avance, "perde a última oportunidade de assumir a liderança do partido".

Sobre a possibilidade de ele próprio avançar para a liderança do PSD/Porto, António Tavares diz que está disponível para assumir "responsabilidades em toda a linha".

Como encara a possibilidade de Rui Rio avançar para a liderança do PSD?

Acho que Rui Rio tem, neste momento, as melhores condições para se candidatar à liderança do partido, quando a questão se for colocar nas eleições directas, no inicio do ano que vem. E isto independentemente de o dr. Passos Coelho também se candidatar se à liderança, porque acho que são dois projectos alternativos.

Para Rio, é "agora ou nunca"?

Acho que, acima de tudo, este é o momento em que o dr. Rui Rio tem a maior oportunidade, uma oportunidade flagrante. Para usar linguagem futebolística, tem a baliza aberta. Acho que ele tem de dar esse passo. Se, eventualmente, optar por não o fazer, perde a última oportunidade de assumir a liderança do partido. Isto é como em tudo na vida: o mesmo rio não passa duas vezes por baixo da mesma ponte e é natural que outros protagonistas possam surgir, que outras vontades possam constituir-se.

O que espera do Conselho Nacional desta terça-feira, à noite?

O dr. Passos Coelho é uma personalidade a quem o PSD muito deve e a quem o país também deve, porque, num momento difícil, teve a coragem de aceitar liderar os seus destinos. Compete-lhe a ele tirar ilações. Eu, se estivesse no lugar dele, provavelmente, concluiria que já tinha cumprido o meu papel e ia tentar encontrar outras soluções. Vamos esperar. O que eu espero é um PSD aberto, um PSD participante, um PSD que queira debater. Depois, quando for feita a escolha de um líder, não tenho dúvidas nenhumas de que os militantes do partido o irão aceitar e colaborar com ele.

Num outro plano, está disponível para disputar a liderança da distrital do Porto do PSD?

Quando chegar o momento, quando chegarem as condições que penso que se poderão reunir, estarei disponível para assumir as minhas responsabilidades em toda a linha. E essa toda a linha é estar disponível para disputar a Distrital do Porto em nome de ideias e em nome de um PSD mais forte.

O PSD, também no Porto, está em reflexão. Inclui-se a si próprio nela, depois de ter sido mandatário da candidatura de Álvaro Almeida, que obteve um resultado péssimo?

Eu fui mandatário do dr. Álvaro Almeida com muito orgulho. Acho que Álvaro Almeida e a candidatura foram vítimas de um processo de voto útil. Os portuenses não fizeram essa escolha. Temos que a aceitar, temos que a compreender e, acima de tudo, extrair daí as lições que nos levem a evitar voltar a cometer outros erros.