A Associação de Familiares das Vítimas de Pedrogão Grande afirma que só agora teve acesso à informação necessária para pedir as indemnizações.
A provedora de Justiça afirmou, esta quarta-feira, que só é paga a indemnização aos familiares, com a apresentação do requerimento, e que este é um processo de adesão voluntária.
Em declarações à Renascença, Nádia Piazza, presidente da Associação de Familiares das Vítimas de Pedrogão Grande, explica que só agora tiveram acesso a um dos critérios.
“Se é importante, se está patente como critério o conhecimento da circunstância da morte das pessoas, se está no requerimento, e muito bem, esse descritivo, então nós tínhamos de ter tomado conhecimento primeiro”, defende Nádia Piazza.
Para a associação, não faz sentido perguntar porque é que ainda ninguém apresentou o requerimento de indemnização, uma vez que só agora as famílias tiveram acesso aos dados.
Essa informação consta do capítulo 6 do relatório de Pedrogão, que só na semana passada começou a ser divulgado às famílias das vítimas.
Já da parte da associação que representa as vítimas dos incêndios de Outubro, Luís Lagos avança que devem começar a apresentar os pedidos de indemnização ainda esta semana.
Há uma questão que preocupa: não existe, neste caso, um relatório que identifique as circunstâncias das mortes.
“Não há neste momento um relatório feito com a comissão técnica independente em relação aos fogos de 15 e 16 de Outubro. Esse trabalho está todo por fazer. A comissão foi nomeada, mas só vai concluir o seu trabalho no final de Janeiro. Parto do princípio que a senhora provedora tomará como boas as informações que serão prestadas pelos familiares das vítimas”, afirma Luís Lagos.
O Governo devia pagar, logo, o valor mínimo das indeminizações, 70 mil euros, e depois acertar, caso a caso, com as famílias dos incêndios de Outubro, defende Luís Lagos.